Resgatando conflitos relativos à sexualidade dos clientes portadores de coronariopatias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Silva, Silvia Sidnéia da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-07012008-133431/
Resumo: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quali-quantitativa que teve o objetivo de identificar junto aos clientes portadores de coronariopatias quais as dificuldades em relação aos fatores de risco quanto à sua doença, associando-as à sua sexualidade. O referencial teórico-metodológico utilizado foi de Freire, adaptado por Bueno. A amostra constituiu-se de 36 sujeitos, com idades entre 23 e 86 anos, de ambos os sexos, maioria casada, usuários do Sistema Único de Saúde, portadores do diagnóstico de doença arterial coronariana, residentes em Brodowski-SP. A coleta de dados ocorreu de outubro de 2006 a julho de 2007, nos domicílios dos sujeitos, utilizando a entrevista semi-estruturada. Para a análise quantitativa foram considerados dados de identificação, fatores de risco e diagnóstico principal e na análise qualitativa pautamo-nos nas questões pertinentes ao tema central, com transcrições de relatos que resultaram em categorização, extraindo onze temas geradores que possibilitaram as discussões e intervenções educativas. A coronariopatia ocorreu nos indivíduos do sexo masculino, a partir dos 23 anos, e aos 40 anos, no sexo feminino; 77,8% dos sujeitos possuíam índice de massa corpórea acima de 25kg/m2; o nível de instrução predominante foi o ensino fundamental incompleto (47,2%); a amostra diferiu, considerando o sexo, quanto ao que consideram fator de risco para a ocorrência de sua doença no coração; houve predomínio da angina pectoris como diagnóstico principal em 61% dos sujeitos; a concepção saúde-doença explicitada nos relatos deles fundamentou-se na teoria da determinação social, com o significado da vida sendo associado à existência de saúde na família como aspecto positivo e à ocorrência de sua doença como algo negativo; exteriorizaram o medo da morte quando falaram sobre seu problema cardíaco; assinalando limitações físicas, sociais e emocionais como dificuldades após o aparecimento da doença. Os termos sexualidade e sexo foram entendidos como sinônimos, definindo-os como ato sexual e deixando claros os tabus existentes acerca das temáticas. Evidenciou-se a submissão da mulher em relação ao homem e conflitos na vida sexual após a ocorrência da patologia cardíaca, uma vez que relataram dificuldades para manter a atividade sexual, abandonando a genitalidade, em alguns casos; embora as dificuldades de relacionamento do casal já existissem antes da ocorrência do problema cardíaco. As famílias dos sujeitos manifestaram preocupações com eles após a instalação da coronariopatia, atitude entendida pelos e coletivo, as quais foram evidenciadas na intervenção educativa. Os achados do estudo ratificam a necessidade dos profissionais da saúde exercitarem novas formas de assistência à população. Neste sentido, podem participar da construção de alternativas em saúde que priorizem o cuidado integral ao ser humano.