O ser-coronariopata: entre o viver autêntico e as amarras ao cotidiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Silva, Lucia de Fatima da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=10015
Resumo: Estudo fenomenológico, cujo objeto é o sentido que os coronariopatas atribuem às suas experiências vivenciadas. Dos discursos obtidos por meio de entrevista semi-estruturada foram extraídas significações, apreendidas de imediato, quais sejam: temer a morte, a separação dos entes queridos e o retorno dos sintomas agudos; perceber a coronariopatia como transformadora da vida social, profissional e sexual; sentir-se vigiado pela família; conformar-se com a nova condição de vida; e ter sentimento de tristeza e de inconformação. Estas significações constituíram o ponto de partida para compreender a existência dos coronariopatas. A compreensão foi respaldada na analítica existencial explicitada por Martin Heidegger, em sua obra célebre Ser e tempo, permitindo captar os aspectos ontológicos, ou seja, o que está velado nas significações. Assim, a presença coronariopata desvelou-se como existente inautêntica ao se mostrar temeroso de "algo", ao amarrar-se à tagarelice e ao vigor de ser sido, desenvencilhando-se da atualidade e do porvir. Ainda, transcende ao existir autêntico quando se angústia, assumindo a coronariopatia como possibilidade de ser-no-mundo, muito embora fracasse diante da tarefa de existir autenticamente e volte às amarras que a prendem ao cotidiano. O estudo traz reflexões sobre a necessidade de privilegiar a dimensão existencial na assistência à saúde e na formação dos profissionais, e sobre a compreensão do outro como esteio fundamental para o cuidar de pessoas coronariopatas.