Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Andrade, Bianca Mara Alves de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17163/tde-08022024-113301/
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Resumo: |
A doença de Charcot Marie Tooth (CMT) é um tipo de neuropatia sensitivo motora hereditária (HMSN) que atinge o nervo periférico humano e que afeta tanto os neurônios motores como os sensoriais. A idade de início da CMT pode ser desde o nascimento à velhice e apresenta sintomatologia heterogênea quanto aos padrões da eletrofisiologia, neuropatia e transmissão genética. Ela pode ser classificada conforme a velocidade de condução dos nervos motores nas formas CMT1 (desmielinizante), CMT2 (axonal) e CMTI (intermediário), quanto ao padrão de herança (autossômico dominante, autossômico recessivo, ligado ao X e herança materna) e mutação/locus gênico. Vários exames complementares, diversas vezes desnecessários e de alto custo, são executados na tentativa de um diagnóstico definitivo e isto gera em um alto custo pessoal, familiar e social, mesmo sendo um grupo de doenças raras. O teste genético possibilita um diagnóstico definitivo e através da introdução das tecnologias de sequenciamento de nova geração permitiu um avanço na descoberta da vasta heterogeneidade genética da CMT, com mais de 130 genes causadores de mutações descritas até o momento. Mesmo com esse avanço, 60% das mutações dos pacientes com CMT2 permanecem desconhecidas, necessitando um diagnóstico molecular definitivo. A definição desses genes que causam CMT2 é importante porque esses podem identificar caminhos moleculares envolvidos na degeneração axonal e permitir o desenvolvimento de terapias para esses e a compreensão das desordens relacionadas com a CMT. O objetivo desse estudo foi realizar um rastreamento mutacional de pacientes brasileiros adultos (com a idade igual ou superior a 21 anos) com a doença Charcot-Marie-Tooth do tipo axonal através do sequenciamento de nova geração (painel multigênico e sequenciamento de todo exoma). Foram selecionados 26 pacientes com diagnóstico cliníco-eletrofisiológico indicativo de Charcot-Marie-Tooth axonal com idade igual ou superior a 21 anos, atendidos no Ambulatório de Neurogenética (ANGE) do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP). O diagnóstico molecular foi através da utilização do sequenciamento de nova geração (painel multigênico e exoma) seguidamente, as variantes encontradas foram confirmadas por Sanger. O diagnóstico molecular foi alcançado em 38,5% dos pacientes (10/26) considerando apenas as variantes patogênicas e provavelmente patogênicas. Apenas quatro pacientes tiveram as variantes de significado incerto (VUS) (15,4%) e doze pacientes não tiveram variantes candidatas (46,1%). O gene mais frequente foi o AARS com duas variantes em dois pacientes. Os dez pacientes com diagnóstico molecular apresentaram variantes em alguns genes menos comuns, sendo eles, PDK3, IGHMBP2, HSBP1, MORC2, DNM2, TRPV4, PDHA1, MME, AARS, mostrando assim a heterogeinidade genética nesse estudo. Ademais,foram encontrados oito novas variantes, sendo elas, 1 patogênica, 3 provavelmente patogênicas, 4 variantes de significado incerto, que não foram descritas na literatura em genes já conhecidos e que acrescentam para o quadro genético do CMT2. Concluímos em nosso estudo, que foi possível alcançar o diagnóstico molecular definitivo a 10 dos pacientes adultos com CMT2 através dastecnologias NGS, especialmente WES. Foram identificadas variantes patogênicas conhecidas e variantes novas patogênicas/provavelmente patogênicas, ampliando a lista de variantes no quadro genético de CMT2. Destaca-se aqui, a variante encontrada no gene PDK3, que co-segregou em todos os indivíduos afetados da família. Ademais, a presente tese contribui para a ampliaçãodo espectro fenotípico de CMT2 a partir da associação da variante encontrada em homozigose no gene MME ao desenvolvimento de CMT2 tardio e mais leve da doença. Esses resultados são importantes à medida que contribuem com o entendimento da correlação entre genótipo e fenótipo dos pacientes com CMT2. |