Conciliação trabalho-família no cotidiano de mulheres executivas: uma perspectiva de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cavalcante, Melina Borges Rosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-13072018-105351/
Resumo: Apesar da crescente participação das mulheres no mercado de trabalho nos últimos cinquenta anos, a baixa representatividade feminina em cargos de alto nível hierárquico persiste. Tendo em vista o papel das relações de gênero na reprodução de desigualdades no mercado de trabalho, a presente pesquisa investiga os desafios de conciliação trabalho-família de mulheres que ocupam posições de alta responsabilidade em organizações privadas sediadas em São Paulo. Com base na compreensão do Construcionismo Social do cotidiano como espaço privilegiado de análise da relação entre indivíduo e sociedade, foram realizadas entrevistas narrativas nas quais as entrevistadas falaram livremente sobre os desafios que enfrentaram ao longo da carreira por serem mulheres, mães e casadas. As entrevistas foram discutidas a partir dos seguintes aspectos das experiências compartilhadas pelas entrevistadas: a percepção de que as mulheres ainda precisam se afirmar no mundo do trabalho; a diferença de tratamento dispensada a elas nas relações de trabalho; os aspectos que parecem impactar o desenvolvimento de carreira das mulheres, mas não dos homens; o esforço diário para uma gestão eficaz do tempo; e os efeitos da insuficiência de práticas e equipamentos coletivos de conciliação trabalho-família. O equilíbrio entre trabalho e responsabilidades familiares é considerado pela Organização Internacional do Trabalho ponto chave para o estabelecimento de maior igualdade entre homens e mulheres, tanto no que diz respeito à realização profissional quanto ao direito de exercer as atividades de cuidado. Observa-se, no entanto, que as organizações se constituem como instituições atravessadas pelas relações de gênero, assim como de raça e classe, e reproduzem desigualdades à medida que operam as normas e processos internos, contribuindo para a manutenção da segregação das mulheres no mercado de trabalho. A escassez de políticas de conciliação oferecidas pelo Estado e pelas empresas perpetuam a noção de que os indivíduos devem se responsabilizar pelo equilíbrio entre as atividades produtivas e reprodutivas, favorecendo, portanto, a manutenção dos estereótipos de gênero