Liderança e Gênero: estilos, estereótipos e percepções masculinas e femininas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Flávia Danielle Santos
Orientador(a): SOUZA, Bruno Campello de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Administracao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Man
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15653
Resumo: Apesar do histórico de desigualdades de gênero no mercado de trabalho, as mulheres vêm conseguindo superar as tradicionais barreiras impostas. Nos últimos 50 anos sua presença no mercado de trabalho tornou-se cada vez maior no mercado de trabalho. Embora a maioria dos cargos de liderança ainda seja ocupados por homens, existe uma tendência crescente não apenas de aumento da participação mais também de maior valorização da liderança feminina. Todavia, os estereótipos de gênero relacionados ao exercício da liderança presentes na sociedade ainda são um fator que dificulta o acesso das mulheres aos cargos mais altos dentro das organizações. Levando em consideração este contexto, a presente dissertação é uma investigação voltada para analisar as condições homens e mulheres no mercado de trabalho, especialmente relacionadas ao exercício da liderança. O objetivo foi explorar as relações entre gênero e vida profissional nas organizações, com ênfase em atuação no trabalho, percepções acerca dos sexos, processos de liderança e carreira. Para tanto, foram investigados 784 trabalhadores e trabalhadoras da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, todos maiores de 18 anos e vinculados formalmente a uma organização publica e/ou privada. A pesquisa teve uma abordagem quantitativa, tendo sidos os dados coletados através de questionários estruturados com perguntas sobre sociodemografia, vida profissional e traços de liderança. Os principais resultados encontrados foram: (I) Apesar de semelhanças entre os sexos quanto a segmento de atuação, nível do cargo, titulação, experiência, jornada de trabalho e desempenho profissional, as mulheres tem rendimento substancialmente inferior ao dos homens; (II) Apesar das diferenças de rendimentos, os indivíduos de ambos os sexos mostram-se igualmente satisfeitos com o seu trabalho; (III) Homens e mulheres mostram capacidade geral de liderança equivalente; (IV) Parece haver diferenças entre os sexos quanto ao estilo de liderança; (V) O estilo de liderança masculino mostrou-se mais associado ao desempenho e ao sucesso profissional do que o estilo de liderança feminino; (VI) O estilo de liderança feminino parece produzir mais impactos quando exercido por homens, não havendo diferenças desse tipo quanto ao estilo de liderança masculino; (VII) As mulheres são vistas como tendo mais capacidade geral de liderança do que o homem. Conclui-se que, no universo pesquisado, existe uma injusta desigualdade de gênero quanto à remuneração, apesar de existir uma semelhança entre eles em termos de atuação e capacidade profissionais. Tal descriminação está ligada a diferenças quanto à forma de exercício da liderança e também ao modo como elas são recebidas pela organização e pela sociedade, com um mesmo padrão percebido mais positivamente quanto exercido por homens do que por mulheres, embora se declare reconhecer o valor feminino. Ao final, sugere-se a replicação do estudo do tema por meio da realização de pesquisas futuras que incluam amostras maiores e mais diversificadas, assim como mais e melhores variáveis, detalhando melhor as diversas características dos traços e aspectos da vida profissional dos sujeitos, incluindo a área de formação do profissional e o setor específico que ocupa na empresa.