Deficiência na cabeça: percursos entre diferença, síndrome de Down e a perspectiva antropológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lopes, Pedro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-30072020-125953/
Resumo: Esta tese percorre diferentes materiais de pesquisa perscrutando sentidos e operações da noção de deficiência. Entre histórias de família, produções do ativismo de pessoas com deficiência intelectual, representações de mídia e indústria cultural acerca da síndrome de Down e referenciais brasileiros, estadunidenses e sul-africanos, o trabalho oferece enquadramentos da deficiência como categoria analítica, dialogando com o instrumental dos marcadores sociais da diferença e a tradição antropológica. A tese estrutura-se a partir de três entradas de pesquisa. Na primeira delas, recupero histórias de minha família acerca de diferenças, operadas por categorias de raça, gênero, sexualidade e deficiência e reflito sobre a pesquisa e escrita acerca de deficiência desde um corpo e uma posição de sujeito sem deficiência. Na segunda entrada, analiso produções brasileiras do ativismo, da mídia e da indústria cultural acerca da deficiência intelectual a partir dos anos 2000, conforme foram crescentemente incorporando a voz e a autorrepresentação desses sujeitos - neste caso, pessoas com síndrome de Down assumem grande protagonismo. Na terceira frente, investigo pesquisas no marco dos estudos sobre deficiência e da antropologia. Partindo da leitura brasileira acerca do referencial internacional, sistematizo e debato produções estadunidenses contemporâneas e as cotejo com a tradição desenvolvida na África do Sul bem como seu histórico de ativismo e elaboração de políticas - propondo contribuições teóricas e analíticas para a reflexão acerca de deficiência e diferença. Nesses percursos, convido quem lê a manter deficiência na cabeça, mas ela inevitavelmente vai ocupando corpos, caras, línguas, sotaques e perspectivas.