O romantismo e a liberdade em Beatriz Cenci: um estudo sobre o drama gonçalvino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Guimarães, Jéssica de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-09112021-215643/
Resumo: Esta dissertação visa a estudar o drama Beatriz Cenci, de Gonçalves Dias, a partir da ideia de liberdade, que é autônoma diante de paixões (plano moral) e de um regime político autoritário (plano ético). Esse princípio é defendido por Beatriz e por Lucrécia, em oposição a D. Francisco, que, embora seja rico, é descrito como servo de suas pulsões. Para tentar evidenciar esse objetivo, será apresentado o diálogo de Dias com pensadores como Friedrich Schiller e Immanuel Kant. Também abordaremos as correspondências do maranhense, que evidenciam suas expectativas em relação a seu drama, seguida de sua real recepção tanto por seus contemporâneos quanto pela crítica recente. Além disso, a pesquisa colocará em discussão as mudanças feitas por Gonçalves Dias nos acontecimentos históricos que envolveram a família Cenci. Tais alterações se relacionam com necessidades internas do drama gonçalvino, que serão evidenciadas a partir de sua comparação com uma crônica de Stendhal baseada em depoimentos de cidadãos da época dos Cenci e em documentos oficiais. Por fim, observaremos a relação de Beatriz Cenci com o Romantismo, a partir da escolha de temas que colocam em cena realidades brutais, como o incesto, o parricídio e o estupro. Procuraremos, ainda, evidenciar o aprofundamento interior das personagens, que deixam de ser tipos para se individualizar a partir de contradições psicológicas e para colocar em cena uma interpretação mais passional. Apesar de tudo isso, não deixaremos de verificar a aproximação de Dias com a tragédia francesa, devido a um teatro de estilo conciso, com poucas cenas, com poucas personagens, com espaço de tempo curto, com um único ambiente e com foco em apenas um acontecimento.