Bibliotecas fantásticas em chamas: Machado de Assis e Gustave Flaubert

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Schoeps, Luciana Antonini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-06122012-140242/
Resumo: Partindo do efeito de leitura percebido nas escrituras autorrreflexivas de Machado de Assis e Gustave Flaubert que, por meio de uma intensa solicitação a discursos já-escritos, pareciam escrever verdadeiros livros feitos de livros , o presente trabalho se propôs estudar a interdiscursividade dos autores, compreendida dentro de suas práticas de escrita e de leitura, a partir do que chamamos de biblioteca fantástica, num diálogo explícito com a teoria de Michel Foucault. Seguindo dois eixos principais, nos quais pretendíamos observar a obra dentro da biblioteca (o espaço das bibliotecas reais dos autores enquanto o lugar privilegiado da enunciabilidade das obras) e a biblioteca dentro da obra (a ficcionalização do livro e dos elementos concernentes ao sistema literário presente nas escrituras), fomos levados a entrever a relação tensional com o já-escrito operada pelas escrituras dos dois autores, aspecto reforçado pelo recurso a ardis ficcionais distintos, a saber, o autor ficcional machadiano e o discurso indireto livre flaubertiano. Ao longo de nosso percurso crítico, percebemos que a biblioteca fantástica dos autores estudados, construída no intervalo entre os dois citados eixos, mostrou-se reveladora da problemática concernente à enunciabilidade e à legibilidade das obras, já que a interdiscursividade de suas escrituras autorreflexivas questionava as formas naturalizadas ou impostas de escrever e de ler, recolocando a literatura enquanto questão.