Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Cruz, Doralice Severo da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-16072015-183009/
|
Resumo: |
O aumento da proporção de idosos na população e a alta prevalência de condições crônicas torna oportuno o estudo dos aspectos epidemiológicos e sanitários relacionados à saúde bucal dessa população a fim de preservar sua capacidade funcional. Para esse propósito, foram utilizadas publicações da literatura científica e dados do Estudo SABE Saúde Bem-Estar e Envelhecimento, uma ampla pesquisa longitudinal de base populacional, que teve início em 2000 e realizou dois campos em 2006 e 2010 acrescentando em cada um, uma nova coorte de idosos de 60 a 64 anos. O trabalho, estruturado em três seções, deu origem a três manuscritos apresentados na Parte II. O primeiro manuscrito mostrou que idosos com renda insuficiente, que utilizavam somente o Sistema Único de Saúde (SUS), fumantes e que apresentaram 14 ou mais dentes tinham mais chance de necessitar de cuidado odontológico. No segundo manuscrito, concluiu-se que os idosos com maior probabilidade de perda dentária eram homens; utilizavam duas próteses removíveis; avaliavam sua saúde bucal como regular ou ruim/muito ruim; e moravam sozinhos, independentemente da idade e do hábito de fumar. No terceiro manuscrito concluiu-se com base em uma revisão sistemática, que o diabetes mellitus Tipo 2 não controlado está associado à doença periodontal, falha de implantes dentários, maior prevalência de abscessos periapicais, xerostomia, síndrome da ardência bucal, candidíase e prognóstico ruim para carcinoma primário de gengiva. As evidências reunidas reforçaram a tese de que a auto avaliação da saúde bucal, as condições clínicas e os aspectos sociodemográficos, comportamentais, e de acesso a serviços de saúde bucal, estão relacionados com a necessidade de cuidado odontológico e o risco de perda dentária entre idosos dentados. Além disso, o Diabetes Mellitus Tipo 2 quando não controlado, contribui para a deterioração da saúde bucal. Assim, as condições desfavoráveis em que a população brasileira está envelhecendo do ponto de vista socioeconômico, com a permanência de hábitos nocivos à saúde, necessidade de maior acesso aos serviços de saúde bucal, e alta carga de condições crônicas levam a fragilização do estado de saúde dificultando a manutenção da capacidade funcional. O aumento da proporção de idosos na população exigirá abordagens em saúde bucal que levem em conta as especificidades do envelhecimento na perspectiva das multimorbidades. O manejo e o cuidado em saúde dessas pessoas deveria ser transdisciplinar, tendo em vista que em se tratando das pessoas idosas, vários campos disciplinares deveriam ser ativados e a equipe de saúde bucal deveria estar preparada para transitar por esses espaços de maneira a contribuir com seus conhecimentos para a produção de ações que evitem a perda da capacidade funcional e levem em conta os fatores de risco comuns para doenças crônicas, incluindo as doenças bucais. Com isso, impacto positivo na saúde dessa população poderia ser obtido, com menor custo e maior eficiência e efetividade quando comparado ao modelo de atenção às condições agudas e/ou a doenças específicas. |