Evidências de validade e precisão do Teste das Fábulas em escolares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Freitas, Marcelle Louise Coelho de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-06102014-213825/
Resumo: Dentre os diversos recursos para avaliação psicológica, os métodos projetivos destacam-se pela riqueza de suas informações a respeito dos componentes e do funcionamento psíquico, nomeadamente na área da investigação de características de personalidade. Para examinar a faixa etária infantil, o Teste de Fábulas (TF) é um dos métodos projetivos disponíveis, baseado na teoria psicanalítica e tem se mostrado relevante e útil, embora com necessidade de revisão de suas evidências psicométricas no contexto brasileiro. O teste consiste em 10 historietas inacabadas que são contadas para a criança, sendo que o personagem principal está exposto a situações conflitivas inerentes a estágios do desenvolvimento psicossexual. A criança é solicitada a completar essas fábulas, a partir de sua imaginação e necessidades próprias, o que permite indicadores projetivos de sua dinâmica da personalidade e da qualidade dos mecanismos de defesa utilizados. Atualmente, no Brasil, esse método projetivo encontra-se em processo de revisão de suas evidências psicométricas. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou buscar evidências de validade e indicadores de precisão e consistência do Teste das Fábulas, em seu uso em crianças escolares de seis a 12 anos de idade, comparando as produções obtidas com três grupos: a) crianças usuárias de um serviço de psiquiatria (G1, n=20); b) crianças com indicadores sugestivos de problemas de saúde mental (G2, n=20); c) crianças sem indicadores de problemas de saúde mental, isto é, com sinais de desenvolvimento psíquico e escolar típicos (G3, n=20). Pretendeu-se, deste modo, examinar variáveis do Teste das Fábulas que identifiquem o diagnóstico clínico diferencial em crianças escolares de seis a 12 anos, analisando-se ainda eventuais efeitos do sexo e da idade sobre os resultados nos três grupos de crianças. Embora não tenha se configurado como objetivo inicial, também foi realizada revisão no sistema avaliativo proposto no manual brasileiro desse instrumento. Os participantes do estudo foram selecionados de serviços clínicos e de escolas públicas do interior do Estado de São Paulo, procurando-se pareá-los em função do sexo e da idade, excluindo-se aqueles com limite intelectual. Para tanto, foram utilizados os seguintes instrumentos: formulário de identificação dos participantes; Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ); Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven e o Teste das Fábulas, devidamente aplicados após consentimento dos pais e codificados conforme seus respectivos manuais técnicos. A codificação da produção no Teste das Fábulas foi realizada por três avaliadores independentes, examinando-se sua precisão, que apresentou indicadores bastante positivos. Foi possível caracterizar a produção de cada grupo, bem como identificar diferenças estatísticas significativas entre os mesmos, sinalizando bons indicadores de validade do Teste das Fábulas, consistentes também com diagnóstico obtido pelo SDQ. As variáveis de sexo e idade não se mostraram diferenciadoras na produção infantil. Desse modo, os atuais achados contribuem para o avanço do conhecimento científico sobre este método projetivo, demonstrando suas evidências de validade de modo empírico, bem como salientam a importância de sua utilização na prática profissional de psicólogos no contexto brasileiro e, em especial, no contexto clínico.