Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Roquetti, Daniel Rondinelli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106132/tde-19022019-133837/
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Resumo: |
O deslocamento populacional forçado é um dos principais impactos de grandes projetos de infraestrutura, sendo grandes barragens um dos principais projetos responsáveis por esse tipo de movimento populacional. Estima-se que, até o final do século XX entre 40 e 80 milhões de pessoas haviam sido deslocadas por grandes barragens. O planejamento e a construção de empreendimentos hidrelétricos encontram-se em expansão tanto em nível mundial como especificamente no Brasil, país cujo investimento em geração hidrelétrica é estratégico e prioritário. Essa tendência sugere que o número de pessoas deslocadas por grandes barragens deva crescer nas próximas décadas, apresentando à sociedade os desafios intrínsecos do deslocamento populacional compulsório. Populações deslocadas por grandes barragens passam pelo estresse do deslocamento geográfico e pelos impactos ambientais decorrentes do próprio barramento, estresses que se sobrepõem no tempo e no espaço. Avaliar como esses estresses influenciam os modos de vida de comunidades deslocadas pode ajudar a entender os resultados do deslocamento compulsório e a desenhar medidas de gestão para o deslocamento. O objetivo geral desta pesquisa é compreender como os modos de vida de populações reassentadas em função da instalação de usinas são alterados em processos de deslocamento populacional, considerando as relações socioecológicas. Adotou-se como estudo de caso as usinas hidrelétricas do rio Madeira, Santo Antônio e Jirau. Foram levantados dados secundários e realizadas entrevistas em campo com reassentados e com autoridades, a partir das quais foram organizados dados quantitativos e qualitativos em uma abordagem metodológica mista. Como principais resultados, foi verificada a existência de cinco tendências de adaptação de modos de vida das pessoas deslocadas: (i) a valorização de atividades menos dependentes de ativos naturais em detrimento de atividades diretamente relacionadas a ecossistemas; (ii) a adoção de técnicas de controle de ecossistemas; (iii) a diminuição na diversidade do repertório de modos de vida; (iv) o direcionamento da produção para o mercado e (v) a inserção dos modos de vida em institucionalidades formais. Em conjunto, essas foram associadas a riscos como desarticulação social, aumento do risco à soberania alimentar, diminuição do acesso a recursos livres e diminuição do risco de perda de emprego. A partir desses resultados, recomenda-se medidas de gestão que considerem a interação socioecológica e a perspectiva de locais no processo de deslocamento populacional forçado. |