O manejo da dor em crianças hospitalizadas: um estudo retrospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Carvalho, Joese Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-09122019-162009/
Resumo: Introdução: Independente do instrumento utilizado para a avaliação da dor da criança, o primordial é que este possibilite ao profissional a construção de um plano de intervenções que atenda individualmente cada criança. O conhecimento técnico da equipe é essencial para a realização de avaliações criteriosas de dor. É necessário identificar a maneira como é realizada a avaliação da dor e quais as ações adotadas para alívio da dor. Objetivo geral: Identificar como é realizado o manejo da dor em crianças internadas, mediante análise de registro em prontuários. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, de abordagem quantitativa, realizado por meio de análise de registros em prontuários de crianças internadas em um Hospital Escola do Município de São Paulo. Para a coleta foi elaborado um instrumento para anotação dos registros, composto por dados demográficos, da internação e informações a respeito dos aspectos relacionados à dor durante o período de internação. Os dados foram armazenados em planilha Microsoft Office Excel® e analisados com o programa estatístico R3.5.3. As variáveis foram analisadas com estatística descritiva. Para a análise das associações entre as variáveis independentes e dependentes, foram aplicados os testes de Pearson\'s, teste Qui-quadrado, teste de Kruskal-Wallis rank sum, teste de Kruskal-Wallis Qui-quadrado e Teste Exato de Fischer. O nível de significância estatística adotado foi de 5%. O projeto de pesquisa recebeu aprovação das duas instituições. Resultados: Foram analisados 1728 prontuários, resultando em uma amostra de 1251 prontuários. Dessa amostra, 38,7% (N=481) apresentaram dor. Dentro da amostra de prontuários o registro de crianças internadas do sexo feminino foi de 42,6% (N=533) e do sexo masculino foi de 57,3% (N=718). A média de idade das crianças internadas foi de 3,6 anos e a média do período de internação foi de cinco dias. A descrição da intensidade da dor foi considerada pelo instrumento de avaliação aplicado durante o período de internação. Além disso, foi considerado o registro de maior score dentro de todo o período de avaliação da criança durante a internação. Apresentaram dor intensa em algum período da internação, as crianças avaliadas com a escala FLACC, 41,5%; numérica, 67,7%; FACES, 73,5% e NIPS, 37,2%. A escala FLACC foi usada para avaliar 73,3% das crianças; a numérica em 21,3%; a FACES em 3,5% e a NIPS em 5,6%. Das crianças internadas no período investigado, 86% (N=1075) tinham em seu prontuário analgesia prescrita. A adoção de medidas não farmacológicas para alívio da dor foi de 0,48% (N=6). O diagnóstico dor aguda foi eleito para 30,1% (N=375). Estabelecendo a relação entre a presença de dor e a eleição do diagnóstico dor aguda, observou-se que ele foi adotado para 53,85% (N=259) das crianças que apresentaram dor em algum momento da internação. O diagnóstico dor aguda não foi eleito para 46,1% (N=222) das crianças que tiveram dor e foi eleito para 14,8% (N=113) das crianças internadas que não apresentaram dor em nenhum momento da internação. A partir da amostra total da pesquisa (N=1251 prontuários) obteve-se 15,5% (N=194) de registro de reavaliações. Conclusão: a frequência do dor nas crianças internadas foi de 38,7%; as crianças avaliadas com escalas de autorrelato apresentaram maior intensidade de dor em algum momento da internação. A escala FLACC foi a mais usada para avaliação das crianças internadas. A adoção de medidas não farmacológicas para o alívio da dor é pouco frequente, assim como a reavaliação da dor não é realizada de maneira satisfatória.