O impacto da sonotrombólise no tratamento do infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST sobre a função diastólica do ventrículo esquerdo e a mecânica do átrio esquerdo: ensaio clínico randomizado em humanos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Chiang, Hsu Po
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-07012022-135758/
Resumo: Introdução. Estudos pré-clínicos em infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) indicam que a infusão endovenosa de microbolhas contendo gás perfluorocarbonado associada à energia emitida por um transdutor de ultrassom diagnóstico transtorácico pode dissolver o trombo (sonotrombólise), restaurando a microcirculação coronariana e melhorando a taxa de recanalização coronariana epicárdica oferecida pela terapia convencional. A função diastólica do ventrículo esquerdo (FDVE) e a mecânica do átrio esquerdo (AE) são comprometidas precocemente na síndrome coronariana aguda e podem ser aferidas de forma acurada pela ecocardiografia bidimensional. Objetivo. Avaliar o impacto do uso terapêutico do ultrassom e microbolhas sobre a FDVE e a mecânica do AE por meio do ecocardiograma em pacientes com IAMCSST. Método. Um total de 100 pacientes foi randomizado, sendo 50 para o grupo controle e 50 para o grupo terapia. As análises completas da FDVE e da mecânica do AE foram realizadas imediatamente antes e após a intervenção coronariana percutânea (ICP), e em 72 horas, 1 mês e 6 meses de acompanhamento. A FDVE foi classificada em graus: 0 (sem disfunção diastólica), e disfunção diastólica (DD) graus 1, 2 e 3, dependendo da análise de dados ecocardiográficos (E, A, e, E/A, E/e, volume indexado do AE e velocidade do refluxo tricúspide). A mecânica atrial esquerda foi avaliada pelo método speckle tracking, onde foram calculados os valores do strain global longitudinal (SGL) do AE por meio da avaliação do AE nas imagens de 2 e 4 câmaras. Resultados. A média de idade dos pacientes randomizados foi de 59 anos e não houve diferença de sexo, presença de hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia entre os grupos. A FDVE não apresentou diferença entre os grupos antes da ICP (controle versus terapia: 70% versus 72% com grau 1; 26% versus 24% com grau 2; 4% versus 4% com grau 3; p=0,834) e após a ICP (controle versus terapia: 4% versus 8% com grau 0; 61% versus 60% com grau 1; 29% versus 28% com grau 2; 6% versus 4% com grau 3; p=0,573). Entretanto, apresentou diferença entre os grupos com 72 horas (controle versus terapia: 0% versus 14% com grau 0; 64% versus 62% com grau 1; 28% versus 22% com grau 2; 8% versus 2% com grau 3; p=0,030), 1 mês (controle versus terapia: 6% versus 23% com grau 0; 46% versus 45% com grau 1; 26% versus 32% com grau 2; 22% versus 0% com grau 3; p=0,008) e 6 meses (controle versus terapia: 13% versus 20% com grau 0; 51% versus 64% com grau 1; 27% versus 14% com grau 2; 9% versus 2% com grau 3; p=0,043) de acompanhamento, sendo os melhores resultados no grupo terapia. Com relação ao SGL do AE, observaram-se valores significativamente maiores e persistentes no grupo terapia após 72 horas da ICP. A comparação do SGL do AE entre os grupos terapia e controle foi: antes da ICP 15,1±9,7% versus 15,4±8,0% (p=0,893); após a ICP, 21,3±9,2% versus 18,5±7,5% (p=0,132); com 72 horas, 24,0±7,3% versus 19,6±7,2% (p=0,005); 1 mês, 25,3±6,3% versus 21,5±8,3% (p=0,020); e 6 meses de acompanhamento, 26,2±8,7% versus 21,6±8,5% (p=0,015). Conclusão. A melhora da FDVE e da mecânica do AE com o uso da sonotrombólise como terapia adjuvante em pacientes com IAMCSST demonstra o benefício do uso dessa nova terapia