Aplicação das técnicas avançadas em ecocardiografia na avaliação do átrio esquerdo em pacientes com hipertensão arterial resistente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Jonathan Batista
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98131/tde-13072023-204229/
Resumo: Introdução: A hipertensão arterial sistêmica pode desencadear uma série de alterações na estrutura e função cardíaca. A hipertensão arterial resistente representa um fenótipo em que as lesões progridem de maneira mais acelerada e com pior prognóstico. Isso exige uma abordagem diferenciada na busca de marcadores que indiquem a injúria cardíaca de forma precoce. Nesse contexto, a avaliação da função atrial esquerda é comumente negligenciada. O strain longitudinal do AE (SLAE) e o ecocardiograma tridimensional (ECO 3D) podem ser ferramentas complementares úteis para avaliação da função atrial de hipertensos. Objetivo: Avaliar se as metodologias avançadas são capazes de identificar alterações morfofuncionais no AE nos diferentes fenótipos de hipertensão. Metodologia: Os participantes foram divididos em três grupos a partir de dados da monitorização ambulatorial da pressão arterial de 24 horas: Hipertensos Resistentes (HR); Hipertensos Controlados (HC) e Normotensos (N). Todos foram submetidos ao ecocardiograma transtorácico convencional, complementado com uso de técnicas avançadas e os resultados comparados entre si. Os HR foram analisados quanto à presença de lesões de órgão alvo e eventos clínicos durante o período do estudo e avaliada a associação desses dados com aqueles obtidos pelas metodologias avançadas em ecocardiografia. Resultados: 96 pacientes foram considerados elegíveis para o estudo, sendo32 pacientes em cada grupo. O SLAE de reservatório foi semelhante entre N (34% ± 6) e HC (33% ± 6) e reduzido nos HR (27% ± 7) p < 0,001. O SLAE de conduto do AE foi maior no grupo N (19% ± 6), seguido pelo HC (16% ± 5) e HR (12% ± 5) p = 0,015. O SLAE de contração do AE foi maior no HC (17% ± 4), diferindo dos grupos N (15% ± 3) e HR (12% ± 5) p < 0,02. Os HR apresentaram maiores índices de rigidez do átrio esquerdo que os HC que por sua vez foram maiores do que os N p < 0,001. O volume atrial máximo indexado obtido ao ECO 3D apresentou foi semelhante entre HR (29mL ± 8 ) e HC (28mL ± 7), porém com maiores valores do que os estimados nos N (23mL ± 5) p < 0,001. A fração de esvaziamento do AE total foi semelhante nos HR (46% ± 7) e HC (47% ± 8), mas reduzida em relação aos N (51% ± 7) p = 0,02. A fração de esvaziamento do AE passiva do grupo N (33% ± 9) foi maior do que os demais, sem diferença entre HC (26% ± 8) e HR (25% ± 9) p < 0,01. A fração de esvaziamento do AE ativa não apresentou qualquer diferença entre os grupos p = 0,82. Conclusão: As metodologias avançadas, especialmente o SLAE, se mostraram marcadores de dano miocárdico, com evidência de alteração tanto em HR quanto em HC.