Potenciais evocados auditivos de estado estável e de longa latência em indivíduos normo-ouvintes expostos ao ruído ocupacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Kamita, Mariana Keiko
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-11042024-125513/
Resumo: Introdução: sabe-se da importância da avaliação completa da via auditiva em trabalhadores expostos ao ruído ocupacional, pois tanto a porção periférica quanto a central podem ser afetadas por agentes otoagressores. Autores sugerem que a exposição ao ruído ocupacional pode ocasionar a perda auditiva oculta (sinaptopatia auditiva), devido aos danos permanentes causados nas sinapses entre as células ciliadas internas e as fibras do nervo auditivo, mas sem alterar o limiar auditivo, sugerindo que as fibras do nervo auditivo com baixa taxa disparo espontâneo seriam danificadas pela exposição ao ruído, prejudicando o processamento de sons, especialmente na presença de ruído de fundo. Entretanto, para que esta confirmação ocorra, se faz necessária a avaliação do SNAC com os procedimentos eletrofisiológicos, inclusive com a presença de ruído de fundo, onde a perda auditiva oculta pode se apresentar mais evidente. Objetivo: analisar os achados audiológicos de indivíduos normo-ouvintes expostos ao ruído ocupacional e comparar com os de indivíduos não expostos, por meio do Potencial Evocado Auditivo de Estado Estável (PEAEE) modulado para média latência e do Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL) com e sem ruído contralateral. Métodos: participaram da pesquisa 60 trabalhadores do sexo masculino, sendo 30 do Grupo Estudo (GE - expostos ao ruído ocupacional) e 30 do Grupo Controle (GC - não expostos ao ruído ocupacional). Foram realizados os procedimentos: anamnese, meatoscopia, imitanciometria, audiometria tonal, logoaudiometria, PEAEE (40Hz) nas frequências de 1kHz e 4kHz e o PEALL com estímulo tone-burst sem e com ruído contralateral na relação sinal/ruído de 20dB e 10dB. Resultados: não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes para o PEAEE. Com relação ao PEALL sem ruído, o GE apresentou menor valor de amplitude de P3 bilateralmente; para o PEALL com ruído em 55dB, o GC apresentou menor valor de amplitude de P2-N2 para orelha direita, já o GE apresentou menor valor de amplitude de P3 bilateralmente (diferença estatisticamente significante para OE e tendência a diferença estatisticamente significante para OD) e maior valor de latência de N2 para orelha direita; e para o PEALL com ruído em 65dB, o GE apresentou menores valores de amplitude de P3 bilateralmente. Conclusão: para o PEAEE na frequência de modulação de 40Hz, não foi observada sensibilidade suficiente para detectar alterações à nível de mesencéfalo, tálamo e córtex auditivo primário. Para o PEALL, ao comparar os achados do GE com os do GC, foram encontradas respostas menores de amplitude no GC para o componente P2 (situação com ruído de 55dB), sugerindo que indivíduos não expostos ao ruído ocupacional apresentam piores respostas apenas na presença de ruído e apenas para o P2 que está relacionado as características acústicas e temporais do estímulo e a integridade do SNAC. Já para o GE no PEALL, encontrou-se maiores valores de latência para N2 (situação com ruído de 55dB) e menores valores de amplitude para o componente cognitivo P3 em todas as situações avaliadas, sugerindo comprometimento a nível cortical nas áreas cerebrais relacionadas a atenção, discriminação, cognição e memória em indivíduos normo-ouvintes expostos ao ruído ocupacional