Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Amaral, Bruno Vianna do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-25112014-110432/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Em consequência da modernização tecnológica e industrial, surgiram novos fatores que originaram estudos específicos e direcionados sobre os possíveis efeitos nocivos desta evolução no trabalhador. Dentre estes, está o ruído, agente físico que pode causar danos ao organismo humano com efeitos de curto e médio prazo. O ruído, ao atuar sobre o trabalhador pode alterar processos internos do organismo, com consequências fisiológicas e emocionais. A diminuição gradual da acuidade auditiva decorrente da exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora é denominada perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR), segundo o Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva. A PAIR é caracterizada por perda neurossensorial, irreversível, quase sempre bilateral e simétrica, não ultrapassando 40dB(NA) nas frequências graves e 75dB(NA) nas frequências agudas; manifesta-se, primeiramente, em 6kHz, 4kHz e/ou 3kHz, progredindo lentamente às frequências de 8kHz, 2kHz, 1kHz, 500Hz e 250Hz. (MTE, Portaria 19, 1998). Entre os fatores que influenciam no desencadeamento da PAIR, destacam-se as características físicas do ruído (tipo, espectro e intensidade da pressão sonora), o tempo de exposição e a suscetibilidade individual. A PAIR está entre as doenças do trabalho de maior prevalência, com agravante de tratar-se de uma doença irreversível. Acomete com mais frequência o setor industrial. Este estudo avalia a incidência de perda auditiva por ruído e a existência de uma associação positiva entre estes diagnósticos e a exposição a diferentes níveis de pressão sonora em trabalhadores de duas unidades de uma mineradora e pelotizadora de minério de ferro. MÉTODOS: Estudo de coorte histórica com 1.069 trabalhadores divididos em dois grupos, tendo como referência os níveis de pressão sonora aos quais estavam expostos (menor ou igual a 88 dB e acima de 88 dB). A avaliação da audição foi realizada por análise dos resultados das audiometrias realizadas nos exames admissionais e periódicos constantes dos prontuários médicos. Foram calculadas as incidências de perda auditiva de acordo com os grupos de exposição e o tempo médio de início das alterações auditivas em cada grupo. Foram realizadas análises descritivas das variáveis, comparação de médias (teste U de Mann-Whitney), teste de associação de qui-quadrado e, para estimar fatores de risco, modelos de regressão logística univariada e múltipla. RESULTADOS: Entre os participantes do estudo foram identificados 128 casos (11,97%) de perda auditiva. No grupo composto pelos trabalhadores que ficaram expostos aos níveis mais altos de pressão sonora encontra-se uma incidência de 11,84% em alterações de exames audiométricos, enquanto no grupo menos exposto obteve-se uma incidência de 12,4%. O tempo médio para o desencadeamento de alterações audiométricas foi de 3,07 anos (desvio padrão = 1,21) no grupo mais exposto e de 2,88 anos (desvio padrão = 1,53) no grupo menos exposto. Estar na faixa etária acima de 28 anos e 8 meses (RC = 3,33; IC 95%: 2,01 - 5,49) e trabalhar na Unidade 1 (RC = 1,64; IC 95%: 1,09 - 2,46) se mostraram fatores de risco robustos para perda auditiva induzida por ruído. CONCLUSÃO: A perda auditiva ocorre de maneira precoce, prioritariamente até o terceiro ano de exposição e faixa etária, e unidade de trabalho se mostraram os fatores de risco mais relevantes para a perda auditiva induzida por ruído. O estudo mostra a necessidade de uma integração maior entre as áreas de saúde ocupacional e segurança do trabalho na busca de ações preventivas e corretivas, que possam minimizar o surgimento de novos casos ou o agravamento dos já identificados. Este é um estudo preliminar que servirá de apoio a pesquisas futuras sobre o assunto |