Aplicação da dendrocronologia na avaliação das mudanças climáticas nas florestas de várzea da Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Anholetto Junior, Claudio Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-23012020-100658/
Resumo: A integridade das florestas tropicais tornou-se tópico crucial nas discussões sobre os efeitos das mudanças climáticas globais. Na Amazônia, os eventos de extremos climáticos somadas à má gestão local das florestas ameaçam a própria existência da maior fornecedora mundial de serviços ecossistêmicos. A fim de entender como se comporta uma das fitofisionomias dominantes no bioma, buscamos neste projeto aliar o conhecimento da dinâmica florestal, utilizando anéis de crescimento, com as especificidades de uma das principais atividades extrativas regionais, o Manejo Florestal. Para isto, em um primeiro momento analisamos a dinâmica de crescimento de espécies importantes no ambiente, seu comportamento em relação às séries climáticas históricas e sua reação aos extremos do clima que já se tornaram realidade na região. A partir desta leitura, e com o estudo do funcionamento do Manejo Florestal Comunitário desenvolvido na região podemos inferir sobre o efeito que as mudanças climáticas terão sobre a floresta em si e sobre a atividade de sua exploração sustentada. As áreas de estudo encontram-se na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), que possui como peculiaridade de sua categoria a atenção às necessidades dos povos tradicionais que a habitam. Atendendo ao paradigma da conservação que dita sobre a capacidade de proteção que estes povos exercem sobre os recursos de seu ambiente, a RDSM foi a primeira Unidade de Conservação nacional a aliar conservação e o desenvolvimento de práticas de manejo de base comunitária, o tipo mais comum de manejo nas Américas. A RDSM mantém sua posição de líder e modelo na condução de práticas de desenvolvimento sustentável, especialmente na floresta amazônica. Com a construção das séries históricas de crescimento das espécies arbóreas de valor econômico pudemos verificar a influência das principais forçantes climáticas sobre a dinâmica da floresta. Nota-se a grande influência de eventos extremos com origem em episódios de El Niño e La Niña de grande intensidade, bem como a resposta da floresta às mudanças nos padrões de inundação e seca. Aliando estes resultados aos estudos que evidenciam uma intensificação do ciclo hidrológico da região e sobrepondo-os às características do manejo florestal madeireiro desenvolvido na RDSM verifica-se a influência negativa da dinâmica climática sobre esta atividade produtiva sustentável, tanto na paisagem quanto nas normas que regem a atividade. As mudanças climáticas causaram disfunções na dinâmica de crescimento natural de certas espécies e o resultado de sua ação sobre o ciclo hidrológico tem acelerado o desaparecimento de áreas licenciadas para o manejo florestal. Com a aplicação de um modelo de crescimento esperamos fornecer dados que subsidiem a potencialização da exploração manejada, com o fornecimento das idades técnicas de corte destas espécies e dos ciclos corretos para sua exploração, direcionando assim o desenvolvimento sustentável da atividade em escala regional.