Epidemiologia de uma população de onças-pintadas (Panthera onca) da várzea da Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Melo, Louise Maranhão de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-19082021-104201/
Resumo: Este estudo teve como objetivo determinar a exposição de uma população de onças- pintadas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá a agentes infecciosos selecionados, assim como realizar exame clínico, descrição hematológica e bioquímica. No período entre janeiro de 2012 a março de 2018 foram capturadas 13 onças-pintadas, sendo oito machos e cinco fêmeas, adultas, utilizando método de captura de laço montadas em trilhas. Os animais foram anestesiados e monitorados durante o procedimento, sendo realizado exame clínico e coleta de amostras biológicas. Foram realizados diagnósticos sorológicos para T. gondii, Leptospira spp, e Brucelas lisas, diagnóstico molecular e sorológico para o vírus da cinomose, vírus da raiva, vírus da leucemia felina, vírus da imunodeficiência felina, os arbovirus, Zika, Chikungunya, Ilhéus, Oeste do Nilo, Encefalite de Saint Louis, Rocio, Febre Amarela e Mayaro, o isolamento foi realizado nos arbovírus. O monitoramento das onças-pintadas ao longo do estudo permitiu caracterizar a distribuição espacial dos indivíduos. As onças-pintadas da área de estudo foram expostas para o vírus da cinomose (1/13, 7,7%); vírus da leucemia felina (1/13, 7,7%); vírus do Oeste do Nilo (1/13, 7,7%); vírus da Encefalite de Saint Louis (1/13, 7,7%); T. gondii (13/13; 100%); e Leptospira spp. (4/13, 30,8%). Todas as análises moleculares e de isolamento foram negativas. Houve influência do sexo nas análises hematológicas e bioquímicas para hemácias e fosfatase alcalina, onde os machos apresentaram médias mais elevadas. De acordo com o exame clínico, dois indivíduos não estavam em boas condições de saúde. O monitoramento após a captura através de transmissores de telemetria VHF/GPS/Iridium evidenciou que dois indivíduos foram abatidos pela população ribeirinha local e três apresentaram “ causa mortis” desconhecida, além disso foi evidenciado sobreposição das áreas de vida das onças com as comunidades tradicionais ribeirinhas. Esses são os primeiros relatos da exposição aos vírus da cinomose, vírus da leucemia felina na Amazônia, e Oeste do Nilo e Encefalite de Sain Louis em onças pintadas no Brasil. Esses resultados enfatizam a importância de estudos epidemiológicos mais aprofundados e contínuos para as populações de onças-pintadas, populações humanas e animais domésticos da área de estudo.