Viabilidade do ecoturismo científico com onça-pintada na reserva Mamirauá, Amazônia
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Gestão de Áreas Protegidas da Amazônia - GAP
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12888 http://lattes.cnpq.br/5720650566817677 |
Resumo: | A onça-pintada é considerada ameaçada de extinção em quase toda a sua área de ocorrência e os esforços para a conservação da espécie não estão sendo muito efetivos para protegê-la. O ecoturismo, definido como uma atividade que promove a melhoria da qualidade de vida e a formação de uma consciência ambientalista das populações envolvidas, pode ser uma importante estratégia para a conservação de algumas espécies, entre elas a onça-pintada (Panthera onca). Os pontos-chave do ecoturismo são impactos mínimos ao ambiente e à cultura local e, ao mesmo tempo, geração de renda para as comunidades locais. Nesse estudo foi avaliado se o ecoturismo praticado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá teve algum efeito sobre a percepção dos moradores locais em relação à conservação da onça-pintada e sobre a criação de um pacote de ecoturismo científico com a onça-pintada. Analisou-se, também, a viabilidade do ecoturismo científico com onça-pintada como estratégia de conservação da espécie. Foram entrevistados 144 moradores de 12 comunidades, sendo seis participantes do Programa de Ecoturismo da RDS Mamirauá e seis que não participam. Não foi encontrada uma diferença clara entre os dois grupos de comunidades em relação conservação da onça-pintada e ambos os grupos foram favoráveis à criação do pacote de ecoturismo científico com a espécie. A viabilidade econômica foi realizada através de uma planilha de fluxo de caixa, contabilizando todos os custos fixos e variáveis, investimentos, depreciação e faturamento. Foram analisados 18 cenários de valores de diária e número de turistas distintos. Foi calculado o Valor Presente Líquido (VPL) de cada cenário. O VPL indica a viabilidade de cada cenário. A viabilidade de mercado foi feita através de questionários enviados, via internet, a dois grupos chamados de grupo técnico-científico (pesquisadores do meio acadêmico, atuantes na área de conservação e ecologia, gestores de unidades de conservação nacionais, políticos da área de meio ambiente, veterinários que trabalham com animais de vida livre e ONGs) e grupo de ecoturismo (ecoturistas, fotógrafos de natureza, turismólogos, guias de turismo e operadoras de turismo). Ambos os grupos se mostraram favoráveis à proposta. As características que o pacote de ecoturismo científico deve oferecer são informação de qualidade, apoio à educação ambiental e à pesquisa e retorno financeiro às comunidades locais. As atividades de maior preferência foram rastreamento por telemetria e busca de indícios da onça-pintada. Os impactos do ecoturismo científico considerados mais relevantes foram habituar o felino à presença humana e espantá-lo de sua área de vida. Os valores de diária entre R$ 350,00 e R$ 500,00 foram aqueles considerados mais justos. A análise do VPL indicou que oito cenários são viáveis. Os resultados desse estudo indicam que ix existe tanto aceitação de mercado de pela proposta quanto pelos moradores das comunidades locais da RDS Mamirauá e que existem cenários positivos, indicando valores mínimos de visitantes por ano e de diárias a serem cobradas. Desse modo, o ecoturismo científico com onçapintada é capaz de se manter pelos 10 anos iniciais, gerando benefícios econômicos para as comunidades locais e para a pesquisa de onça-pintada. |