Liberdade estática, razão estética: permeabilidades entre arquitetura e engenharia na obra de Oscar Niemeyer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Martins, Alexandre Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/tde-09092015-102022/
Resumo: Este estudo coloca em pauta o diálogo entre duas diferentes áreas do conhecimento que caminham paralelamente sobre campos limítrofes, permeáveis e por vezes entrelaçados: arquitetura e engenharia. Reflete sobre a relação entre estética e técnica ao longo do tempo e apresenta a contribuição mútua entre ambas as disciplinas para um fazer construtivo mais interessante e eficiente. Elege Oscar Niemeyer como representante de um fazer projetual fundamentalmente propositivo e que, por isso, quebra fronteiras e busca inovações que tensionem o binômio plástica e partido - sempre por meio do concreto como seu material de construção predileto. Traça um breve panorama - inclusive historiográfico - sobre a carreira desse arquiteto carioca entre as décadas de 1930 e 1960. Investiga também as influências que recebe e que reverberam na concepção de suas arquiteturas, alçando os mestres Lucio Costa (no Brasil) e Le Corbusier (na Europa) ao patamar de suas primeiras referências arquitetônicas de peso. Destaca os reflexos daí surgidos e presentes em sua obra, especialmente a partir do projeto do Ministério da Educação e Saúde (MES), no Rio de Janeiro, até a construção da nova Capital Federal - obedecendo, portanto, o recorte temporal escolhido para este estudo. Discute o desdobramento do ato projetual de Niemeyer pautado por momentos de profundas reflexões críticas pessoais e profissionais, a partir das quais novos posicionamentos arquitetônicos são definidos e paulatinamente exercitados no Brasil e no exterior. Analisa uma parte de seu repertório formal, na qual os projetos selecionados demandam a utilização de técnicas racionais e de tecnologias avançadas (ou não usuais) para que possam ser erigidos. Traz à tona episódios em que a engenharia é afastada de suas usuais zonas de conforto, o que faz dela uma área do conhecimento que não cansa de se reinventar, ao adaptar e readaptar conceitos e normas até então entendidos por ela mesma como estáveis e/ou imutáveis, fomentando um processo teórico-científico em contínua construção e que visa, em última instância, exaltar o fator plástico como imperativo mais importante. Questiona a existência de autonomia da forma diante da técnica e, consequentemente, dos arquitetos em relação aos engenheiros. Ressalta, por fim, a importância de um envolvimento profundo entre a estética da arquitetura e a estática da engenharia para que ambas caminhem em harmonia no mesmo compasso evolutivo.