Patrimônio ferroviário como tecnocultura: as oficinas de manutenção da Companhia Paulista de Estradas de Ferro em Jundiaí

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Torrejais, Ana Carina Urbano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-19022020-172032/
Resumo: A presente dissertação de mestrado versa sobre as antigas oficinas de manutenção da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, localizadas no complexo ferroviário de Jundiaí, no Estado de São Paulo. O período de operacionalização analisado estende-se entre os anos de 1896, data de inauguração das oficinas, e de 1971, correspondente à sua anexação à Ferrovia Paulista S.A. (FEPASA). A discussão proposta insere-se no campo de estudo do patrimônio industrial, seguindo uma metodologia de abordagem sistêmica aplicada no âmbito geral da história social. Utilizando fontes diversas, buscou-se o entendimento do modo como se processou a evolução da indústria ferroviária paulista no período histórico indicado, considerando a importância da cultura material como legado de um processo de mudança tecnológica. Neste contexto, defende-se que o patrimônio ferroviário define uma tecnocultura específica e que se desenvolve em articulação com os espaços de produção industrial, interligando determinados componentes operacionais (institucionais, humanos e instrumentais), que atuam de forma sinérgica entre si e em relação ao ambiente sociocultural que os endossa. Em função dessa articulação, compreende-se como as alterações processadas nesses espaços de produção repercutem, não apenas nas infraestruturas oficinais ou nos equipamentos adquiridos, mas na própria organização do trabalho industrial, o que envolve questões tão complexas como os processos corporativos de gerência científica ou as metodologias de seleção e formação profissional adotadas pelas companhias ferroviárias. A análise da dinâmica sistêmica, dirigida para o estudo de caso indicado, acompanha todas as etapas do processo evolutivo relacionadas ao meio operacional que é definido pelas oficinas de manutenção ferroviária (expansão, apogeu e declínio), propondo-se ao final, mediante a noção prévia de tecnocultura, uma nova possibilidade de ressignificação patrimonial associada a estes espaços de produção industrial.