Resumo: |
Esta dissertação volta-se para o estudo da antiga Estrada de Ferro Funilense, a partir do ponto de vista da gestão do patrimônio cultural relacionado às ferrovias, com o enfoque na escala regional. Criada a partir da iniciativa de fazendeiros paulistas, na virada do século XIX para o XX, a Funilense interligou a região do Funil (Cosmópolis) ao centro de Campinas, sendo prolongada até Conchal. Sua implantação serviu de catalisador na formação territorial de um dos eixos de expansão da Região Metropolitana de Campinas, entretanto, desativada nos anos 1960, tornou-se quase invisível na paisagem. A pesquisa retraçou o caminho da Funilense, observando como os vestígios materiais das atividades da ferrovia se articulam no atual território, formando um conjunto cuja continuidade não é mais percebida como tal, e como isso pode afetar sua preservação como um marco da memória e da história do território. A análise dos discursos envolvendo a Funilense baseou-se nas premissas da História do Tempo Presente, levando em conta que memória, identidade e patrimônio são objetos de disputas e conflitos, e que atualmente vem se compreendendo os valores e os significados relativos ao patrimônio cultural como construções coletivas realizadas nas práticas sociais cotidianas. A abordagem territorial ajudou a compreender a ferrovia como um vetor explicativo histórico dos processos de urbanização, de construção das paisagens e possivelmente como vetor de valorização patrimonial. |
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