Bem-estar subjetivo e personalidade: um estudo com irmãos gêmeos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Fernandes, Eloísa de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-13092021-153444/
Resumo: Este projeto de mestrado tem como objetivo principal estimar a herdabilidade do bem-estar subjetivo e da personalidade em irmãos gêmeos. Previamente à realização deste objetivo, dois requisitos da pesquisa com gêmeos foram cumpridos: a criação de um banco de dados de irmãos gêmeos e não gêmeos, visando o recrutamento para pesquisas, e a adoção de um método de determinação da zigosidade, garantindo a classificação precisa da zigosidade dos participantes. Assim, três estudos são apresentados nesta dissertação. No Estudo 1, apresentamos dados relativos ao banco de dados do Painel USP de Gêmeos. Os participantes são irmãos gêmeos brasileiros de diferentes idades, que responderam a um questionário com informações básicas e sociodemográficas. Até o momento, há 6479 cadastrados, sendo 1691 gêmeos maiores de idade e 4788 menores de idade. Além disso, temos 1365 irmãos não-gêmeos cadastrados, sendo 923 maiores de idade e 442 menores de idade. No Estudo 2, comparamos a precisão da autoclassificação da zigosidade, classificações realizadas por meio de três questionários e o resultado do DNA. Participaram 97 pares de gêmeos brasileiros do mesmo sexo, com idade média de 32,08 anos (DP = 12,83 anos; variação = 17 a 67 anos), cuja zigosidade, segundo análise do DNA, corresponde a 82,5% gêmeos monozigóticos (MZs) e 17,5% dizigóticos (DZs). Os três questionários de autorrelato apresentaram concordâncias significativas quase perfeitas com o DNA, em contraste com a autoclassificação, cuja concordância foi baixa e não significativa. Estes métodos apresentaram diferentes precisões e número de casos de zigosidade desconhecida, sendo, respectivamente: 60% e 19,6% para a autoclassificação, 97,7% e 7,2% para questionário I e 96,6% e 8,2% para os questionários II e III. No Estudo 3, estimamos a herdabilidade da satisfação com a vida, qualidade da vida, bem-estar emocional e dos cinco fatores de personalidade entre pares adultos de gêmeos MZ e DZ. Responderam ao questionário online 201 pares de gêmeos, sendo 146 MZ e 55 DZ, com idade média de 30,19 anos (DP = 10,46, variação de 17 a 67 anos). Apresentamos estimativas de herdabilidade (h²) e efeitos de ambiente único (e²) para os componentes do bem-estar subjetivo: qualidade da vida e satisfação com a vida (h² = 26% e e² = 74%), afetos negativos (h² = 23% e e² = 77%) e afetos positivos (h² = 21% e e² = 79%), e para os fatores da personalidade: extroversão (h² = 55% e e² = 45%), conscienciosidade (h² = 38% e e² = 62%), abertura à experiência (h² = 35% e e² = 65%), neuroticismo (h² = 33% e e² = 67%) e amabilidade (h² = 23% e e² = 77%). O estudo da herdabilidade do bem-estar e da personalidade é pioneiro no Brasil e vemos grande potencial nesta pesquisa, que pode contribuir para a compreensão dos fatores que influenciam a felicidade, subsidiando intervenções que visem promoção de saúde mental