Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Moura, Gabriella Garcia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-10102013-152307/
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Resumo: |
As práticas de assistência às crianças e aos adolescentes alijados do convívio familiar de origem, resultantes de diferentes processos históricos e sociais, culminaram nos atuais programas sociais de proteção integral, dentre eles, os serviços de acolhimento institucional (abrigos). Partindo de perspectiva que entende o desenvolvimento humano como se dando nas inerentes relações estabelecidas com o outro e ambiente, aquelas sendo mediadas pela linguagem e engendradas num determinado contexto histórico-cultural, questionamos: como o bebê se relaciona com e nesse ambiente? Há especificidades no acolhimento e na construção de relações dessa faixa etária? Assim, a presente pesquisa propôs-se investigar como se dão as relações entre bebês, adultos e outras crianças. A meta é apreender a existência (ou não) do (re)conhecimento de pessoas e parceiros preferenciais; e, se ocorrem interações que envolvam trocas afetivas, com indícios de vínculos afetivos. O estudo foi realizado em cidade de médio porte do interior de São Paulo. Foram realizadas videogravações, por três meses, tendo como foco dois bebês, cujos nomes (fictícios) são Lucas (3 meses) e Luis/Guilherme (10 meses). Para apreensão das relações, foram utilizados dois métodos: uma observação sistemática, de caráter quantitativo, buscando avaliar, por meio do uso de recursos comunicativos e emocionais específicos, a ocorrência de \"orientação da atenção\", \"busca/manutenção de proximidade\" e \"trocas sociais\" com os diferentes interlocutores deste contexto; e, utilizando método de cunho qualitativo, também foram realizadas seleções e descrições de oito episódios interativos envolvendo trocas afetivas. A Rede de Significações, enquanto perspectiva teóricometodólogico, amparou o olhar para a complexidade e apreensão dos entrelaçados e múltiplos sentidos que se apresentam nas situações. A análise das relações bebê-adulto e bebê-bebê evidenciaram trocas afetivas, com carícias, brincadeiras, vocalizações e um padrão diferencial de interação. Os indícios de preferência (seletividade) e de compartilhamento sugeriram a manifestação de vínculos afetivos nesse contexto. Por outro lado, os dados também mostraram que são diversos os modos de relações estabelecidos no contexto de acolhimento institucional, dependendo tanto do perfil dos funcionários quanto das características de cada criança. Ainda que os bebês tenham demonstrado preferências e busca de proximidade, predominantemente, com funcionários, na maioria das vezes, esses não eram muito responsivos. Além dos funcionários, os próprios bebês/crianças foram outros importantes parceiros de interação e de trocas sociais, sendo, inclusive, mais responsivos aos comportamentos direcionados a eles. No entanto, no geral, devido à organização do ambiente e às conceções/normas, tais relações eram dificultadas, fragmentadas ou com ausência de objetos que mediassem suas atividades. Concluindo, os dados revelaram a ocorrência das relações envolvendo trocas afetivas, com indícios de vínculo, apesar dessas interações não serem freqüentes. Novos estudos devem aprofundar a questão, de modo a se considerar intervenções junto a essas instituições, que potencializem a qualidade das interações e a construção de vínculos, mesmo que a criança ali permaneça de forma temporária. |