Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Vilar, Stella Crivelenti |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-22062021-183040/
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Resumo: |
O estudo do envelhecimento humano tem ganhado ênfase nas últimas décadas, impulsionado pelo conceito de envelhecimento saudável da OMS, que traz uma perspectiva preventiva e de manutenção da qualidade de vida dos idosos, através de mudanças ambientais que favoreçam essa condição (oferta de serviços, qualificação de cuidadores, promoção de políticas, entre outros). Em paralelo, no âmbito da Psicologia do Desenvolvimento, as teorias mais recentes consideram o envelhecimento como uma etapa da vida em que também ocorre desenvolvimento e não somente declínio, como tradicionalmente se considerava. Nessa perspectiva, um fator de grande importância para a manutenção da qualidade de vida no envelhecimento é a presença de vínculos afetivos, associado à qualidade do apoio oferecido pela rede social. Contudo, a literatura, ao discutir a respeito, apresenta foco predominante na rede social de idosos acometidos por determinada morbidade. Ainda, muitos trabalhos são centrados na qualidade de vida do cuidador e não do idoso. Grande parte dessas pesquisas também tem como finalidade mapear quantitativamente os vínculos ou rede de apoio social, com pouco aprofundamento em aspectos qualitativos. Diante disso, a proposta desta pesquisa foi identificar e analisar os vínculos afetivos e os processos ligados à sua formação, manutenção e ruptura por parte de idosos. Para isso, atentando-se à heterogeneidade dessa população, o escopo foi o estudo de idosos com diferentes graus de dependência e vulnerabilidade, provenientes de diferentes contextos: Instituição de Longa Permanência, Núcleo de Saúde da Família e Centro de Convivência. Com este objetivo, foram entrevistados nove idosos acima de 70 anos, homens e mulheres, três de cada contexto. Foi aplicado um instrumento de rastreamento de rede social (Diagrama da Escolta) e, posteriormente, realizadas três entrevistas semiestruturadas com cada participante. Todo o processo de elaboração da pesquisa, desde a concepção do objeto à discussão, passando pela construção do corpus, foi baseado na perspectiva teóricometodológica da Rede de Significações, de fundamentação histórico-cultural, que considera o desenvolvimento humano em constante interrelação com o ambiente histórico e social. À análise, verificou-se que os idosos do recorte geográfico e social estipulado fazem parte, em sua quase totalidade (oito em nove) de uma geração de migrantes provenientes da zona rural, tendo esse histórico deixado marcas em sua sociabilidade e impactos na convivência com as demais gerações agora na velhice. Não houve diferenças relevantes na forma como os idosos se vinculam estando ou não institucionalizados. Notam-se distinções na forma como pensam a si mesmos de acordo com a escolaridade e o sentimento de pertença a um grupo, seja ele a vizinhança ou comunidade religiosa. Os sentidos a partir dos quais constroem as relações de cuidado são distintos também conforme a classe social, gênero e etnia. Em relação aos serviços, notou-se como a configuração destes pode favorecer ou não a manutenção e construção de vínculos por parte dos idosos. Constatou-se, por fim, a importância do vínculo não apenas para a oferta de apoio social aos idosos, mas também por oferecer interlocutores junto aos quais podem elaborar histórias (por vezes, imaginadas) a respeito de si mesmos, que ressignifiquem sua situação atual, muitas vezes de dependência e limitações. |