Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Ferraz, Daniela Tankevicius |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-31102018-165330/
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Resumo: |
A indiferença é uma marca de nossa cultura que envolve noções de desprezo, falta de interesse, e apatia. Verificamos também a emergência de uma supervalorização da indiferença enquanto possibilidade de desafetação frente ao sofrimento, próprio ou do outro, relacionada a um estatuto de poder frente aos demais. Avançando em relação à inclusão em categorias meramente pejorativas, pretendemos sustentar que a indiferença é uma atitude em relação a algo. Uma vez que chega ao psicanalista via sofrimento psíquico, observamos que o tema convoca uma investigação no campo de pesquisa em psicanálise. Apostando que a psicanálise carrega em si um saber sobre as possibilidades de tratamento e reposicionamento dos sujeito frente ao desejo, este trabalho tem por objetivo realizar uma investigação acerca da indiferença como modalidade de sofrimento de nossa época, mobilizando a rede conceitual psicanalítica de Freud e Lacan por diversas vias que nos instrumentalizem na construção de hipóteses sobre possíveis estatutos da indiferença no campo clínico/político. Entendemos sua incidência dentro de um contexto político marcado por um narcisismo generalizado dentro do neoliberalismo, que produz uma lógica de exclusão e negação da diferença, como também uma indiferenciação dos sujeitos dentro da massa. A indiferença entra em cena articulada aos diferentes processos da constituição subjetiva, lida através das noções de indiferenciação, identificação e alienação. A presença da indiferença na atualidade é marcada por faces diversas, que atuam de modo intrincado. A fixação em identidades rígidas relega ao sujeito uma precariedade em relação ao reconhecimento da diferença, culminando em situações extremas de ódio e fanatismo. Uma profunda vinculação aos ditames de nossa época contribui para emergência de indivíduos intolerantes ao encontro com o estranho de si e do outro, além de efetuar indiferenças valorizadas como sinônimo de sucesso da autorrealização. A indiferença depressiva se coloca na contramão da lógica do mercado, o que a faz não desejada no contexto social. Diante disto concluímos que a psicanálise pode tratar do que dói na indiferença não oferecendo consistência às demandas de aumento de autocontrole e ideais de isolamento, mas auxiliando na produção de indiferenças necessárias frente a hipereatividade às diferenças |