Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Santos, Manuel Felipe de Morais |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-26122019-152017/
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Resumo: |
As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), das 50 milhões de mortes registradas nas últimas décadas, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 30% dessa mortalidade, ou seja, 17 milhões. Estima-se, para 2020, que esse número se eleve para 35 a 40 milhões. Há algum tempo, a doença arterial coronariana (DAC) predominava em pacientes idosos, porém sabe-se hoje que o processo de doença aterosclerótica tem início cada vez mais precoce. Apesar da prevalência de DAC em adultos jovens ter uma estimativa difícil por ser uma doença silenciosa, dados confirmam que o risco de desenvolvimento com o passar dos anos baseia-se nos fatores de risco presentes quando mais jovens. O objetivo desse estudo é avaliar, no material de nossa instituição, as características clínicas, principais fatores de risco para doença arterial coronária, morbidade e mortalidade hospitalar em pacientes jovens (<= 45 anos) submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio isolada, além de identificar os fatores independentemente relacionados à morbidade e mortalidade hospitalar nesta população; comparar os resultados com aqueles obtidos no grupo com idade mais elevada (> 45 anos); avaliar a evolução tardia destes pacientes jovens (<= 45 anos), observando-se o desfecho óbito por qualquer causa. O estudo analisou todos os pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica isolada no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC) no período de 01/01/1999 a 31/12/2015. Os critérios de exclusão foram procedimentos associados à cirurgia de revascularização, como abordagem valvar ou cirurgia de aorta. As variáveis analisadas estavam contidas em prontuário e faziam parte do banco de dados do setor de coronária hospitalar do IDPC. As associações entre variáveis qualitativas foram avaliadas por meio do teste Qui-quadrado de Pearson ou do teste Exato de Fisher, quando necessário. Para as comparações em relação às variáveis quantitativas foram utilizados o teste t de Student ou o teste não paramétrico de Mann-Whitney, caso a suposição de normalidade tenha sido rejeitada. Para avaliar a influência dos fatores de risco foi utilizada a abordagem multivariada, onde foi empregada a técnica de Regressão Logística. Utilizou-se curvas de sobrevida livre de evento pelo estimador de Kaplan-Meier. Para a comparação entre as curvas utilizou-se teste de Log-rank. Considerou-se o nível de significância menor ou igual a 0,05. Para tabulação e análise estatística dos dados utilizou-se o software SPSS (Statistical Package for Social Science), versão 19.0 (Armonk, NY: IBM Corp.). No período analisado, 8.889 pacientes foram operados, sendo 408 com idade menor que 45 anos de idade (4,5%). Nos pacientes com idade <= 45 anos, quando comparados aos mais idosos, observou-se mais frequentemente, história de tabagismo, hipertrigliceridemia, história familiar positiva para DAC e infarto prévio, enquanto os pacientes com idade > 45 mostraram-se mais sintomáticos no momento da cirurgia. Enxertos com artéria torácica interna foram mais usados nos <= 45, 96,1% versus 91,8%, p< 0,001. Os pacientes jovens apresentaram baixas taxas de complicações pós-operatórias, exceto infarto agudo do miocárdio, igual nos dois grupos. A mortalidade hospitalar foi de 5,1% e 1,7%, para >45 e <=45 anos respectivamente, p<0,001. Na análise multivariada do grupo de pacientes com idade > 45 anos, foram identificados como fatores prognósticos independentes para óbito: idade (OR 1,061; [IC] 95% 1,047 a 1,075; p=0,0001), lesão de tronco (OR 1,406; [IC] 95% 1,201 a 1,764; p=0,003) e disfunção ventricular grave (OR 1,922; [IC] 95% 1,392 a 2,654; p=0,0001). Os fatores protetores foram: sexo masculino (OR 0,543; [IC] 95% 0,435 a 0,679; p=0,0001) e enxerto com artéria torácica interna (OR 0,516; [IC] 95% 0,395 a 0,675; p=0,0001). Nos pacientes com idade <= 45 anos, não foi possível realizar a análise multivariada devido baixo número de óbitos na fase hospitalar. A sobrevida da população jovem a longo prazo foi de 91,60 % em 10 anos e 87,10 em 15 anos, demonstrando os ótimos resultados da cirurgia de revascularização no desfecho a longo prazo para estes pacientes. |