Avaliação da qualidade de vida de pacientes com fibrilação atrial de início após cirurgia de revascularização miocárdica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Luz, Raquel Silva Brito da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-07022022-145606/
Resumo: Fibrilação atrial de início no pós-operatório (FAPO) de cirurgia cardíaca está associada a aumento de complicações, tempo de internação, mortalidade e, dessa forma, poderia influenciar na qualidade de vida (QV). Os objetivos deste trabalho foram avaliar o impacto na qualidade de vida da FAPO após cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), bem como identificar fatores clínicos, ecocardiográficos e perioperatórios preditores de FAPO; avaliar desfechos relacionados à FAPO: tempo de internação, mortalidade hospitalar e após um ano de cirurgia. Quanto aos métodos, os pacientes foram submetidos à CRM isolada em um centro cardiológico terciário, durante o período de julho de 2016 a julho de 2017, divididos em dois grupos: com e sem FAPO. Esse trabalho foi realizado com informações obtidas de um banco de dados da instituição, assim, uma análise retrospectiva de um banco de dados que foi construído a partir de uma coorte prospectiva. A qualidade de vida foi avaliada por meio do questionário Quality of Life in Cardiovascular Surgery (QLCS), aplicado 01 mês, 06 e 12 meses após a cirurgia. Os resultados apontam uma amostra final de 418 pacientes, 341 (81,6%) sem FAPO e 77 (18,4%) com FAPO. A idade apresentou diferença estatisticamente significativa, com média de idade de 62,16 (DP ± 9,06) e 66,04 (DP ± 7,35) anos nos grupos sem e com FAPO, respectivamente (P < 0,001), sendo fator de risco independente para FAPO (OR 1,061; IC 95%: 1,026 1,097; P < 0,001). Doença arterial periférica (DAP) também foi um fator de risco independente para FAPO (OR 3,503; IC 95%: 1,236 9,931; P = 0,018). Houve aumento da pontuação do questionário de QV em ambos os grupos ao longo do tempo, porém sem diferença estatística da QV entre os dois grupos, médias do QLCS com 01, 06 e 12 meses no grupo sem FAPO 17,64(±3,77), 18,91(±3,36), 19,57(±3,28) e com FAPO 17,65(±4,16), 18,24(±3,45), 19,11(±3,81) (P interação = 0,208, P grupo = 0,440, P tempo < 0,001). O tempo total de internação foi maior no grupo FAPO, com diferença média de 3 dias (P < 0,001). Mortalidade hospitalar e com um ano não apresentaram diferença estatisticamente significante (P = 0,625; P = 0,758). Conclui-se que, idade e DAP foram fatores de risco independentes para FAPO. Pacientes com FAPO apresentaram maior tempo de internação. Este estudo não evidenciou diferença na QV entre pacientes com e sem FAPO após CRM, durante o acompanhamento de 01 mês, 6 e 12 meses, dessa forma os dois grupos se comportam de forma similar, com melhora da qualidade de vida ao longo do tempo.