Há maior frequência de displasia e infecção anal pelo papilomavírus humano na doença de Crohn?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Guzela, Vivian Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-19102022-102157/
Resumo: O objetivo deste estudo foi comparar a frequência de displasia e infecção pelo papilomavírus humano (HPV) no canal anal de pacientes com doença de Crohn (DC) a um grupo controle, utilizando a citologia por esfregaço e a detecção viral por reação em cadeia da polimerase (PCR) seguida de hibridização, avaliar se há correlação do uso de imunossupressores e manifestação anal da doença com essas frequências, além de estabelecer se há concordância entre os dois métodos utilizados. Inicialmente, foram selecionados dois grupos: portadores de DC e outro de indivíduos hígidos (grupo controle). Todos os indivíduos foram submetidos à coleta de citologia anal por esfregaço com duas escovas e uma terceira que foi preservada em meio líquido para PCR. As lâminas foram classificadas de acordo com a classificação de Bethesda em: normal, células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASCUS), lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) e lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL). A análise da PCR foi considerada como positiva ou negativa e os tipos 16 e de alto risco oncogênico foram identificados no primeiro grupo. Dados como uso de imunossupressores e presença da manifestação anal da DC foram considerados nas subanálises. Como resultado, 117 pacientes foram submetidos a coleta de citologia anal e detecção viral do HPV pela PCR. O grupo controle foi formado por 54 indivíduos e o DC por 63 (32 sem uso de imunossupressor e 31 em uso destas medicações). ASCUS e LSIL representaram respectivamente 25,9% e 22,2% dos pacientes controle e 28,6% e 39,7% dos DC, não havendo diferença estatisticamente significativa entre os grupos. HPV foi identificado em 14,8% dos pacientes do grupo controle e 27% dos pacientes com DC pela PCR, sendo predominantemente de alto risco nos dois grupos. A análise dos subgrupos DC sem e com o uso de imunossupressores também não apresentou diferença estatística entre as frequências encontradas pela PCR. A manifestação anal da DC se correlacionou inversamente com a frequência de HPV pela detecção viral, isto é, pacientes com comprometimento inflamatório anal apresentaram menor prevalência de PCR positiva. O coeficiente Kappa, utilizado para comparar a citologia anal por esfregaço e PCR, foi 0,068 na casuística total, denotando baixa concordância. Este estudo permite concluir que na amostra estudada não houve diferença entre displasia e infecção anal pelo HPV na comparação entre pacientes controle e DC. O uso de imunossupressores não influenciou este resultado, no entanto a manifestação anal da DC foi inversamente proporcional a positividade na PCR. Há baixa concordância entre citologia anal por esfregaço e detecção viral do HPV pela PCR seguida de hibridização na amostra estudada