A prevalência do papilomavírus humano no canal anal de portadores de retocolite ulcerativa justifica rastreamento de rotina para carcinoma anal?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gonçalves, Aline Pozzebon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HPV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-18042022-111005/
Resumo: INTRODUÇÃO: A infecção anogenital pelo papilomavírus humano (HPV) é a doença viral sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo. Um dos fatores de risco associados à infecção pelo HPV é a imunossupressão. A retocolite ulcerativa (RCU) é uma doença inflamatória crônica idiopática do cólon e reto. Seu tratamento inclui o uso de drogas imunossupressoras com diferentes mecanismos de ação. A contribuição da infecção pelo HPV nesse grupo de pacientes ainda é desconhecida, com poucos estudos na literatura. OBJETIVOS: Avaliar a prevalência, o tipo de HPV no canal anal e as lesões citológicas anais, provocadas pelo mesmo, em pacientes com RCU e comparar a controles; avaliar se a prevalência de HPV de alto risco oncogênico é maior naqueles portadores de RCU que usam imunossupressores e analisar se a prevalência das lesões citológicas pelo HPV no canal anal justificam rastreamento de rotina para carcinoma anal !\" #$%#\" &!#\'!#\" ()!*$)#+)%#\" nos pacientes com RCU. MÉTODOS: O estudo foi transversal, observacional, com coleta prospectiva consecutiva, em único centro. Foram três grupos com 45 indivíduos cada, sendo um controle, um com pacientes portadores de RCU sem uso de imunossupressor e um terceiro em uso deste tipo de medicamento. Os grupos responderam um protocolo de pesquisa contendo dados clínicos; coleta de duas amostras para estudo citopatológico do canal anal e outra amostra para estudo do DNA viral pelo método de Linear Array®. RESULTADOS: O HPV foi detectado em 13,2% dos controles e 19,8% nos pacientes com RCU (p=0,579). A prevalência de HPV de alto risco foi igual (66,7%) entre os dois grupos de RCU vs. 85,7% no grupo controle (p=0,736). Os genótipos mais frequentes foram o 52 e 89 seguidos do 6 e 53 e todos esses mais frequentes nos que usavam imunossupressor ( 54,2% vs. 45,8% no grupo de RCU sem imunossupressor). Havia 44,4% do grupo de RCU em uso de imunossupressor com pelo menos dois genótipos, enquanto que grupo sem uso de imunossupressor somente 11,1%. As citologias anais dos pacientes com RCU estavam alteradas em 70,8% vs. 60,9% no grupo controle ( p= 0,204). CONCLUSÕES: Não houve diferença na prevalência do HPV, nem nos achados de citologia do canal anal dos portadores de RCU e grupo controle. O HPV 52 e o 89 foram os mais prevalente nos portadores de RCU. Não houve diferença na prevalência do HPV de alto risco oncogênico no canal anal, detectados pela PCR, em portadores de RCU em uso ou não de imunossupressores e controles. Nosso estudo não mostrou evidências suficientes para apoiar a necessidade de rotina de citologia anal em pacientes com diagnóstico de RCU, excluídos os fatores de riscos independentes para HPV já descritos na literatura