\"Ver com olhos livres\": Universidade Antropófaga. História e análise da prática criativo-pedagógica de saberes do Teatro Oficina (2010-2022)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Pithon, Juliana Fagundes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-18092025-112454/
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo historicizar e analisar a Universidade Antropófaga (U.A.), experiência criativo-pedagógica desenvolvida pelo Teatro Oficina Uzyna Uzona entre 2010 e 2022. A pesquisa propõe compreender como a U.A. articula práticas formativas insurgentes, situadas na confluência entre arte, política e pedagogia, e como estas contribuem para a construção de outros modos de partilha do saber no campo das artes cênicas brasileiras. O trabalho parte de uma perspectiva autoetnográfica ancorada em revisão bibliográfica, análise documental, entrevistas e registros de campo. A U.A. é aqui tomada como caso de pedagogia antropofágica, marcada pela rejeição à lógica hegemônica da transmissão de conhecimento e pela valorização do diálogo, da corporeidade e da criação coletiva. Por meio da análise das cinco edições da Universidade, a dissertação evidencia como o Teatro Oficina transforma o espaço cênico em território de aprendizado contínuo, ativando memórias, saberes e presenças. O estudo também aponta para as tensões que atravessam essa pedagogia, especialmente em relação às pautas de gênero, raça e representatividade. Inspirado pela noção de crelazer, de Hélio Oiticica e de \"ebó epistemológico\", de Luiz Rufino, o trabalho conclui que a Universidade Antropófaga atua como uma prática de invenção de si e do mundo, onde o saber é vivido como acontecimento e resistência.