Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Damiano, Rodolfo Furlan |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-29082023-114208/
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Resumo: |
Introdução: Estudos preliminares com pacientes infectados com o vírus SARS-CoV-2 indicam acometimento de diferentes órgãos e sistemas, incluindo o sistema nervoso central (SNC). As alterações no SNC incluem manifestações agudas e crônicas envolvendo expressões clínicas de natureza psiquiátrica, neurológica ou neuropsiquiátrica. Nesta presente tese, nosso objetivo visa caracterizar as alterações psicopatológicas e cognitivas após 6-11 meses da infecção por SARS-CoV-2. Objetivos: a. Descrever as manifestações psicopatológicas e cognitivas em pacientes após 6-11 meses da infecção por SARS-CoV-2; b. Identificar variáveis na linha de base que possam prognosticar manifestações psicopatológicas e cognitivas em pacientes após 6-11 meses da infecção por SARS-CoV-2; c. Investigar a associação de alterações de olfato e paladar na linha de base com as manifestações psicopatológicas e cognitivas em pacientes após 6-11 meses da infecção por SARS-CoV-2; d. Correlacionar as manifestações biológicas agudas na linha de base e após 6-11 meses da infecção por SARS-CoV-2, medidas por meio de exames de sangue gerais e painel de citocinas com as manifestações psicopatológicas e cognitivas 6 a 11 meses depois. Métodos: Foram avaliados cerca de 700 indivíduos adultos com diagnóstico confirmado laboratorialmente de COVID-19. Tais indivíduos tiveram diversos dados e marcadores biológicos coletados durante a internação, sendo subsequentemente avaliados multidisciplinarmente, de 6-11 meses após a alta. Neste momento, materiais biológicos foram novamente coletados. Esta tese versa primariamente sobre os dados coletados a partir de uma entrevista psiquiátrica estruturada aliada a diversas escalas de avaliação sintomatológica e uma bateria de testes neuropsicológicos a fim de acessar a cognição. Resultados: Os resultados desta tese são apresentados em 3 artigos. No Artigo 1, que envolve os objetivos 1 e 2 encontramos: os diagnósticos de \'depressão\', \'transtorno de ansiedade generalizada\' e \'transtorno de estresse pós-traumático\' foram observados, respectivamente, em 8%, 15,5% e 13,6% da amostra. O declínio da memória foi relatado subjetivamente por 51,1% dos pacientes. Os desfechos psiquiátricos ou cognitivos não foram associados a nenhuma variável clínica relacionada à gravidade da doença em fase aguda, nem a estressores psicossociais relacionados à doença. Os resultados do artigo 2 se referem ao objetivo 3, ou seja: a perda olfatória e gustativa moderada/grave concomitante durante a fase aguda da COVID-19 foi significativamente associada ao pior desempenho na tarefa de memória da lista de palavras. Finalmente, descrevemos a seguir os resultados do artigo 3, que ser referem ao objetivo 4. A análise multivariada encontrou sexo, idade, etnia, escolaridade, comorbidade, fragilidade e atividade física significativamente associados à cognição geral. Análise bivariada constatou que diversos marcadores biológicos (ex.: G-CSF, IFNalfa2, IL13, IL15, IL1-RA, EL1-alfa, IL45, IL5, IL6, IL7, TNF-Beta, VEGF, Proteína C Reativa e D-Dímero) do follow-up foram consideravelmente associados com a cognição geral. No entanto, após uma análise de regressão multivariada (LASSO), tais marcadores inflamatórios e citocinas não se mantiveram expressivamente associadas à cognição. Conclusão: Nossos dados sugerem que os transtornos mentais são frequentes após 6-11 meses da infecção por SARS-CoV-2, notadamente os transtornos depressivo, de ansiedade generalizada e de estresse pós-traumático. Além destes, cerca de metade da amostra relata declínio de memória. No entanto estes achados não foram associados a nenhuma variável clínica relacionada à gravidade da doença em fase aguda, nem a estressores psicossociais relacionados à doença. Por outro lado, observamos que alterações quimiossensoriais se correlacionaram com pior desempenho em tarefas de memória. Finalmente, nossos dados não confirmaram a hipótese de que marcadores inflamatórios e citocinas (tanto na fase aguda como tardia) pudessem predizer ou estar associados aos déficits psiquiátricos ou cognitivos na COVID-Longa |