Diversidade morfológica e genética de diferentes espécies de Brevipalpus (Acari: Tenuipalpidae) e suas competências como vetores de vírus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Tassi, Aline Daniele
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-17072018-160552/
Resumo: Brevipalpus (Acari: Prostigmata: Tenuipalpidae) são comumente encontrados nas regiões tropical e subtropical em todo o mundo. O gênero inclui mais de 280 espécies com algumas economicamente relevantes por causar danos a diversas culturas, como pragas e também por transmitem vírus de plantas, sendo B. californicus Banks, B. obovatus Donnadieu e B. phoenicis (Geijskes) reconhecidas como vetoras. No entanto B. phoenicis passou por uma revisão recente, sendo reconhecido um complexo de espécies, perdendo-se assim a referência de quais espécies estão envolvidas na transmissão de vírus. Dentre os vírus transmitidos por Brevipalpus (VTBs) encontra-se a leprose dos citros (citrus leprosis virus, CiLV-C) que é considerada a principal doença viral da indústria citrícola. No estado de São Paulo, maior produtor mundial de suco de laranja, gastam-se cerca de US$ 80 milhões/ano com acaricidas para o controle do ácaro vetor. Esse trabalho teve o objetivo de contribuir para a sistemática do grupo e identificar quais as espécies vetoras de VTBs. Conhecer os vetores é um dos primeiros estágios para estudos de epidemiologia e manejo dessas viroses. Os objetivos específicos foram: realização um levantamento de ácaros Brevipalpus infestando diferentes plantas, principalmente plantas com VTBs relatados; estudo morfológico das espécies encontradas durante as coletas e as depositadas na coleção de referência do Museu de Zoologia Luiz de Queiroz (MZLQ) utilizando os novos critérios morfológicos para identificação das espécies de Brevipalpus que estão presentes no Brasil; testes de transmissão de VTBs e avaliação das espécies presentes em plantas sintomáticas que são vetoras; estudos com marcadores moleculares e protocolos de extração de DNA de Brevipalpus para avaliação da diversidade genética de ácaros associados à plantas com VTBs; realização de uma abordagem taxonômica integrativa, comparando os dados morfológicos aos moleculares para as espécies estudadas. Foram analisados por microscopia de luz e varredura um número superior a 15000 ácaros, procedentes de 23 países e coletados de plantas de 75 famílias botânicas. Estes ácaros compõem pelo menos 37 espécies e/ou morfoespécies. Microplacas e a vesícula da espermateca foram avaliadas e tidas como características fundamentais para o auxílio na distinção de algumas espécies do gênero. B. yothersi Baker foi o principal ácaro associado a pomares comerciais de laranjeira com presença de CiLV-C, encontrados durante esse levantamento. Observou-se que o vírus da leprose do ligustro (ligustrum leprosis virus, LigLV) pode ser transmitido por B. papayensis Baker e B. yothersi; vírus da macha clorótica de Clerodendrum (clerodendrum chlorotic spot virus, ClCSV) por B. yothersi; vírus da leprose do citros nuclear (citrus leprosis virus N, CiLV-N) por B. phoenicis; vírus da mancha clorótica do citros (citrus chlorotic spot virus, CiCSV) por uma possível nova espécie de Brevipalpus (nesse trabalho Brevipalpus sp. nova 3). Nos ensaios com marcadores moleculares foram testados cinco protocolos de extração de DNA, com um dos quais foi possível a extração do DNA de um único ácaro para estudos com marcadores e detecção do RNA viral, concomitantemente. Dos quatro novos primers desenhados e avaliados, dois apresentam potencial para estudos filogenéticos. Foram geradas sequências para 166 espécimes com pelo menos 1 marcador. A análise filogenética para 2 fragmentos de DNA mitocondrial da região COI e dois fragmentos nucleares (ITS2 e 28S) demonstraram congruência na separação realizada para as espécies estudadas por critérios morfológicos e moleculares confirmando a presença de novas espécies ou morfoespécies no gênero.