Efeitos colaterais tardios na bexiga após radioterapia por câncer de colo de útero: avaliação da associação com polimorfismos de TP53, ATM e MDM2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pinezi, Juliana Castro Dourado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5151/tde-09012015-163553/
Resumo: Introdução: Na prática clínica se observa que há diferenças na incidência de efeitos colaterais entre pacientes submetidos ao mesmo esquema terapêutico de radioterapia. Tais diferenças podem ser entendidas como uma radiossensibilidade individual determinada geneticamente. Objetivos: Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos tardios na bexiga em pacientes com câncer do colo uterino tratadas com radioterapia, com ou sem cirurgia, e o valor prognóstico de três polimorfismos genéticos de base única com relação ao desenvolvimento de cistite actínica. Material e métodos: Foi realizada uma análise retrospectiva de 50 pacientes com carcinoma cervical tratadas entre 1999 e 2004, com um mínimo de 6,5 anos de seguimento. A dose de radioterapia na bexiga foi considerada como a soma da dose da radioterapia externa com a dose de braquiterapia no ponto de bexiga definido pelo ICRU 38 (Relato número 38 da Comissão Internacional de Unidades e Medidas em Radiação). Para as correlações entre dose e efeito, foi calculada a dose biológica efetiva (BED) para cada caso. Para a avaliação dos efeitos tardios em bexiga, além dos dados descritos em prontuário, foi feito um questionário específico dirigido aos sintomas urinários, foi realizada cistoscopia em todas as pacientes e a escala LENTSOMA (efeitos tardios no tecido normal/ subjetivo-objetivo tratamento e exames) foi aplicada, utilizando o pior grau do efeito encontrado nos diferentes métodos de avaliação. Variantes genéticas do códon 72 da p53 (Arginina / Prolina), MDM2 SNP309 T/G e ATMex39 5557 G>A foram identificadas usando o método de genotipagem de SNP ABI SNaPshot e os resultados foram correlacionados com a incidência e grau de cistite actínica. Resultados: Complicações clínicas tardias da bexiga foram registradas em 17 (34%) pacientes usando dados coletados dos prontuários e em 41 (82%) pacientes pelo questionário de existência e gravidade dos efeitos tardios da irradiação. Essas complicações foram diretamente correlacionadas com a BED. Vinte e oito pacientes (56%) desenvolveram cistite diagnosticada por cistoscopia (16% Grau 2-4). MDM2 SNP309 TT associado a TP53 (P72R) GG foram relacionados com o aumento da incidência de cistite. Conclusões: Cistite actínica, em grau 2 ou maior, foi elevada nessa população e apresentou uma maior incidência quando realizado um questionário específico para tal. Houve associação com maior dose de radioterapia (BED Gy3 > 100 Gy) e com MDM2 SNP309 TT associado a TP53 (P72R) GG.