O processo de individuação no contexto organizacional contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Campos, Maria Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-29092015-121247/
Resumo: Compreender os efeitos que a gestão de pessoas produz no processo de emancipação, isto é, na produção de indivíduos autônomos ou na reprodução de indivíduos autômatos foi o objetivo desta Tese. O processo de individuação na contemporaneidade é tema bastante discutido. Apesar do cenário árido do mundo contemporâneo, existe, para autores como Alvesson e Willmott, Giddens e Touraine, a crença de que é possível emergir o sujeito, trazendo à tona o ser responsável, autônomo, capaz de construir seu projeto de vida. O que pode, de alguma forma, já estar iniciando, segundo alguns estudos. Outros estudiosos como Horkheimer, Lipovetsky e Pulido-Martinez tem opiniões opostas e entendem que as relações produtivas produzem um indivíduo subjugado física e mentalmente, não acreditando na possibilidade de existir na ordem capitalista condições favoráveis à autonomia e emancipação. As práticas de gestão de pessoas modernizam-se visando obter desenvolvimento, comprometimento e alta performance dos profissionais e passam a compreender, respeitar e valorizá-los como meio de garantir os resultados da organização. Este estudo foi complementado com uma investigação empírica por meio da técnica de grupo focal. Foram feitos 4 grupos focais dos quais participaram 23 profissionais. O material produzido no grupo foi tratado a partir da análise de conteúdo. Os resultados indicaram que as práticas de gestão de pessoas se apresentam em variados níveis de modernização, havendo ainda modelos mais autocráticos, mas também modelos mais flexíveis, que podem contribuir para a produção de indivíduos mais autônomos e emancipados. Em suma, as empresas seguem gerando heteronomia a partir de suas práticas e, dentre elas, as práticas de gestão de pessoas, que se mostraram como o cenário ainda dominante. Entretanto, há indícios, principalmente no relato dos mais jovens, de que o processo de individuação pode ser possível, mas dependeria de uma ação por parte dos funcionários no sentido de chamar a atenção e pressionar a gerência da empresa para a importância do equilíbrio entre a questão econômica e a questão humana no ambiente corporativo