A crise hídrica da região metropolitana de São Paulo e o jornal Folha de S. Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Camargo Neto, Lauro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-27032019-175408/
Resumo: A análise das notícias publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo sobre a crise hídrica que atingiu a região metropolitana de São Paulo nos anos de 2014 e 2015, se dá com o objetivo de identificar qual o discurso ambiental da Folha. Por meio de um levantamento das notícias publicadas entre 2013 e 2016, para observar também a cobertura da temática nos anós pré e pós crise, e utilizando como ferramentas metodológicas a Análise de Enquadramento e a Análise Crítica Do Discurso, coletando dados de quando, por quem e em qual caderno a notícia é classificada, foi possível identificar o viés trazido pelo discurso do jornal frente à temática. Observa-se que o jornal faz um discurso voltado ao utilitarismo dos recursos ambientais, colocando-o a disposição para ser utilizado pela sociedade humana, ao evidenciar como causas da crise hídrica a falta de chuvas e excessivo consumo humano domicilar, negligenciando outros aspectos como políticas públicas para ampliação da coleta de água e expansão dos reservatórios, conscientização da população, proteção das matas ciliares das bacias, entre outros fatores que contribuem para uma compreensão total da problemática ambiental. Essa abordagem culpabilizadora do consumo e dados pluviométricos, protege os gestores das bacias e agências de distribuição de água por não terem capacidade de prever o baixo índice de chuvas. Portanto, o jornal não faz uma cobertura que possibilite ao leitor compreender a complexidade do abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo para além de um serviço prestado pelo ambiente para a sociedade. É necessário que os meios de comunicação superem essa visão utilitarista do ambiente natural, debatendo-o como parte integrante, e essencial, da sociedade humana, para que a população também tenha a compreensão que o ambiente natural é importante para sua sobrevivência.