Da polaridade à dualidade: um estudo da obra literária Amor insensato de Jun\'ichir Tanizaki

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pastana, Rafaella Denise Lobo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8157/tde-28112016-104317/
Resumo: O presente estudo intenciona relacionar a obra literária Amor insensato do escritor japonês Junichir Tanizaki com o corpo bibliográfico utilizado da psicanálise e história. O enredo da obra de Tanizaki apresenta caráter confessional e narra a vida conjugal das personagens Jji e Naomi. Em determinados aspectos, tal relação se apresenta como uma representação da interação que se deu entre o país Japão e países culturalmente colonizadores pertencentes ao hemisfério ocidental, e aponta as noções assimiladas do Oriente como cultura pouco civilizada e por isso mesmo, incapaz de falar por si mesma em contraste a um Ocidente eleito como superior, moderno e correto em seus saberes tidos como ciências irrevogáveis. É possível observar também na obra um conjunto de dualidades presentes nas características de Jji e Naomi, assim como em suas intenções, sentimentos, emoções e escolhas. Busca-se um maior entendimento da obra através da análise do conceito de dualidade presente nas influências taoístas e budistas na cultura japonesa que em muito se diferem do conceito cristão estabelecido no Ocidente de polarização e antítese de pares como bem e mal, masculino e feminino e positivo e negativo. O conjunto de relações que se dá como a manifestação do eu com o outro propicia um rico campo de discussão interdisciplinar e constitui o cerne da socialização do homem que acaba não se realizando apenas como encontro, mas também através de diversas formas de superposicionamento em uma massa de conflitos e intolerâncias historicamente renovados em diferentes espaços e culturas. A narrativa de Tanizaki contempla a insensatez da relação de um eu ferido com um outro que é seu espelho. Aborda o profundo desafeto, a melancolia e a solidão do indivíduo inserido em uma sociedade que busca modernizar-se aceleradamente como reflexo do Ocidente.