Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Brauer, Verônica Soares |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17131/tde-07092020-102302/
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Resumo: |
Dentre as centenas de espécies fúngicas pertencentes ao gênero Aspergillus, A. flavus vem se destacando devido à sua importância no âmbito da medicina e da agricultura. A. flavus é um fungo saprofítico, de ampla distribuição geográfica que infecta plantas e animais. Grande produtor de aflatoxinas, substâncias naturais com capacidade hepatocarcinogênica, o A. flavus contamina safras, principalmente de grãos, podendo causar grandes prejuízos financeiros à agroindústria, além dos problemas de intoxicação devido à ingestão dos alimentos contaminados. Em humanos, A. flavus é o segundo maior causador de casos de aspergilose, que devido ao seus mecanismos de virulência (enzimas hidrolíticas, metabólitos secundários, pigmentos e crescimento em altas temperaturas), consegue evadir ao sistema imune do hospedeiro, estabelecendo a infecção. Vem sendo descrito que fungos utilizam a compartimentalização dos seus fatores de virulência em estruturas chamadas \"vesículas extracelulares\" (EVs), com objetivo de secretá-los ao meio extracelular, modulando a interação fungo-hospedeiro. Porém, não existem estudos que demonstrem a produção de EVs por A. flavus. Desta forma, nosso objetivo foi avaliar a produção e caracterização de EVs por A. flavus, analisar se estas estruturas conseguem estimular uma resposta imunológica por macrófagos e avaliar o papel das EVs em modelo de infecção utilizando larvas de Galleria mellonella. Para tanto, macrófagos derivados de medula óssea (BMDMs) foram estimulados com EVs produzidas por A. flavus, e parâmetros como produção de mediadores inflamatórios, fagocitose, atividade microbicida e polarização foram analisados in vitro. Em adição, um modelo de infecção in vivo utilizando larvas de G. mellonella foi realizado a fim de analisar o papel protetor ou não das EVs. Nossos resultados demonstram que A. flavus produz VEs, e estas são capazes de estimular a produção de óxido nítrico (NO) e citocinas como fator de necrose tumoral (TNF)-α, interleucina (IL)-6, IL-1β. Macrófagos estimulados com EVs apresentaram maior atividade fagocítica e microbicida, acompanhada por uma polarização para o perfil M1. Por fim, larvas tratadas com EVs previamente ao desafio com conídios de A. flavus, apresentaram maior sobrevivência e maior atividade microbicida. Concluímos então, que EVs produzidas por A. flavus são estruturas bioativas, com capacidade imunogênica, podendo modular a interação entre o fungo e o hospedeiro, auxiliando no controle e eliminação da infecção, evitando o estabelecimento de quadros de aspergilose. |