Efeito do cloridrato de duloxetina frente a Cryptococcus neoformans: abordagem in vitro e in vivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Menezes, Raquel Teles
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193514
Resumo: A criptococose se destaca pela alta incidência principalmente em pacientes imunocomprometidos, sendo responsável por um terço de todas as mortes em pacientes HIV positivos. Cryptococcus neoformans é o agente etiológico dessas infecções e possui uma cápsula composta, principalmente, por glucuronoxilomanana (GXM) e galactoxilomanana (GalXM) e é o maior fator de virulência dessa levedura. Devido ao limitado número de antifúngicos disponíveis, a toxicidade e a resistência a esses fármacos, o reposicionamento de medicamentos, ou seja, o uso de fármacos convencionalmente utilizados para outras finalidades no tratamento de uma nova doença, bem como a combinação entre os mesmos, podem ser opções importantes para o tratamento da criptococose. Os animais invertebrados têm sido amplamente utilizados na avaliação de eficácia e toxicidade de compostos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antifúngica do composto cloridrato de duloxetina (CD) isolado e em combinação com o antifúngico fluconazol (FLZ) utilizando técnicas in vitro e in vivo. Para determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM) e a Concentração Fungicida Mínima (CFM) foi realizada a técnica de microdiluição de acordo com a European Committee for Antimicrobial Susceptibility Testing (EUCAST). Em seguida, foi realizada a avaliação da atividade sinérgica de CD em combinação com FLZ. Além disso, foram avaliados os efeitos isolados de CD bem como as combinações sinérgicas com FLZ em cápsula induzida desta levedura e também na liberação de GXM. Em relação aos ensaios in vivo, o efeito tóxico de CD foi avaliado nos modelos de Caenorhabditis elegans e em Galleria mellonella. Além disso, a eficácia de CD por análise de curva de sobrevivência e o efeito na concentração de hemócitos também foram avaliados em G. mellonella. O fármaco CD apresentou o valor de CIM e CFM de 18,5 µg/mL e quando em combinação com FLZ resultaram em 12 concentrações sinérgicas reduzindo o valor de CIM em 4 a 16 vezes para CD e 4 vezes para FLZ. A análise do efeito de CD e combinações com FLZ mostrou diminuição de 12,5% a 67% no tamanho da cápsula quando avaliadas em concentração sub-inibitória, e em combinação com o FLZ. CD foi capaz de induzir a liberação de GXM em concentração dose-dependente. Em C. elegans e G. mellonella, CD não apresentou efeito tóxico. A dose 18,5 µg/larva de CD em G. mellonella diminuiu 35 vezes a concentração de hemócitos em relação ao grupo PBS. O tratamento isolado e em combinação com FLZ não aumentou o porcentual de sobrevivência de G. mellonella em relação ao grupo controle, fato que pode estar relacionado à alta lipossolubilidade do composto mantendo ligado ao corpo de gordura e impedindo assim seu efeito. Portanto, esse estudo mostrou que CD é ativo frente a C. neoformans in vitro, quando isolado e em combinação com fluconazol, sendo ainda capaz de agir na cápsula desta levedura e liberação de GXM.