Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Kraft, Fernanda Graña |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59142/tde-24072023-080401/
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Resumo: |
Em 2014, ocorreu uma cheia histórica no Rio Madeira que desalojou e desabrigou inúmeras famílias pela inundação de várias cidades, distritos e comunidades. A partir do contato com algumas comunidades ribeirinhas da região do Baixo Rio Madeira, zona rural do município de Porto Velho (RO), foi possível acompanhar muitos dos impactos materiais e subjetivos relacionados à esse desastre, entre eles, o deslocamento de algumas famílias ribeirinhas para um novo pedaço de terra. Na tentativa de obter um olhar sobre a situação e, ao considerar a característica sociocultural das comunidades ribeirinhas amazônicas de uma relação ativa com seu território, de permanência, subsistência e historicidade, o estudo apresentado teve como objetivo analisar os processos psicossociais de (des)enraizamento da comunidade ribeirinha de Cavalcante (RO) frente às transformações socioambientais do impacto da cheia histórica de 2014 e deslocamento territorial das famílias atingidas. Com base em uma pesquisa qualitativa de fundamentação teórico-metodológica materialista histórico-dialética, foram realizadas 11 entrevistas individuais semiestruturadas; dois percursos comentados; e observação participante com registro em diário de campo. A análise dos dados promoveu um movimento entre a escala ampla do contexto do objeto de estudo e a escala dos sujeitos em referência aos objetivos específicos de apreender os processos psicossociais que envolviam a vivência dos sujeitos com o desastre da enchente, com o deslocamento territorial e a relação que estabeleciam com o novo território e a localidade de origem. Os dados foram apresentados, primeiramente, em uma Leitura Socioambiental do Território, que evidenciou as singularidades, particularidades e universalidades que atravessam o contexto dos sujeitos, a relação com o território e seus conflitos. Em seguida, foram apresentadas as análises das falas dos sujeitos pelas categorias \"Fundo d\'água\" e \"Subindo o barranco\", e suas subcategorias correspondentes. A primeira categoria, trouxe à tona diversos processos psicossociais que envolveram os impactos subjetivos e objetivos que a enchente provocou nos sujeitos, entre eles a surpresa pela inundação, a elaboração das perdas, as estratégias de enfrentamento e de entendimento sobre a situações vivida, assim como os sentimentos expressos nesses processos. A segunda categoria, pôde-se captar as motivações e dificuldades que tiveram no deslocamento, evidenciando processos psicossociais de resiliência, confronto e adaptabilidade, assim como a ressignificação da relação sujeito-espaço. Tais análises evidenciaram processos globais e locais que incidem sobre a inter-relação sujeito-espaço, bem como o ciclo dialético de (des)enraizamento de profunda relação identitária com o lugar, que articula passado, presente e futuro. |