Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Farias, Daniela Morel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-18082015-134639/
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Resumo: |
Esta pesquisa buscou refletir sobre o mal-estar na civilização e a crise na educação como geradores de um possível esvaziamento da autoridade da palavra do professor, permitindo o desdobramento de duas principais perguntas: O esvaziamento da autoridade da palavra poderia afetar o esvaziamento do enigma que permite a aprendizagem? As mudanças na aprendizagem, que às vistas da contemporaneidade parecem ser inevitáveis, podem vir a ser benéficas de alguma forma para os sujeitos contemporâneos? Para responder a essas perguntas, buscamos, na teoria psicanalítica e na área de Psicanálise e Educação, elucidar a crise e o mal-estar ao qual estamos nos referindo e o quanto as mudanças no modo de vida dos sujeitos influencia o discurso que circula na Educação. Para refletir sobre esses pontos, dedicamo-nos a entrevistas semidirecionadas realizadas com oito professores da rede pública municipal de São Paulo com o intuito de analisar em suas falas, possíveis indícios do esvaziamento da autoridade de sua palavra nesse ambiente de crise. Pudemos constatar que o mal-estar na cultura é estrutural e a crise na Educação é somente um dos tentáculos do mal-estar inerente à condição humana moderna. O esvaziamento da autoridade da palavra seria, portanto, um mais-além da crise, que se manifesta como não sendo estrutural para o sujeito, e sim uma consequência da forma com a qual os sujeitos lidam com a influência dos discursos (técnico-científico e da ciência) que, por sua vez, esvaziam o enigma da palavra, tornando-a toda, ou seja, o significado passa a estar colado à palavra e ao objeto que a ela faz referência. Buscou-se compreender o quanto o esvaziamento da palavra afeta os professores na sala de aula e também como podemos pensar o esvaziamento deste sentido todo da palavra para um sentido não-todo. Nas entrevistas, pudemos constatar que os professores apontam para um esvaziamento da autoridade de sua palavra, que seria o esvaziamento do peso da palavra do professor no discurso social. Seu direito de falar estaria esvaziando-se, já que não há nada que o sustente no lugar de professor que professa suas palavras. Concluímos que a palavra do professor não engancha mais no aluno. Concluímos também que esvaziar a palavra de seu enigma torna-se nocivo para o professor e para o aluno, porém, esvaziar-se da intenção de capturar um sentido totalizante da palavra pode vir a ser benéfico para os sujeitos da Educação. |