Efeito do ambiente endócrino peri-ovulatório na qualidade do ambiente uterino em vacas de corte: regulação no metabolismo das poliaminas, estresse oxidativo e proliferação celular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ramos, Roney dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10131/tde-04092015-153453/
Resumo: O objetivo do presente trabalho foi comparar os efeitos dos distintos ambientes endócrinos peri-ovulatórios na proliferação celular, no metabolismo das poliaminas e no ambiente redox do útero bovino durante o diestro inicial. Para isso, controlou-se farmacologicamente o crescimento do folículo objetivando induzir a ovulação de folículos de maior diâmetro (grupo folículo grande-CL grande, FG-CLG) ou de menor diâmetro (grupo folículo pequeno-CL pequeno, FP-CLP). Trinta vacas multíparas Nelore, foram pré-sincronizadas, metade destes animais foram destinados para o grupo FG-CLG e receberam uma dose de prostaglandina F2&#945; (PGF) e um dispositivo de progesterona, juntamente com benzoato de estradiol no D10. No momento da retirada dos dispositivos de progesterona (entre D1,75 e D2,5) todos os animas receberam uma dose de PGF. A ovulação foi induzida com acetato de buserelina (D0). O que diferiu entre os tratamentos foi que os animais do grupo FP-CLP não receberam uma dose de PGF no D10 e o momento da retirada dos dispositivos foi entre D1,25 e o D1,5. No D7 um subgrupo dos animais foi abatido e amostras de endométrio e lavado uterino foram coletadas para as análises laboratoriais. Os animais do grupo FG-CLG apresentaram no D0 um folículo 1,2 vezes maior e estradiol 2,3 vezes maior em relação ao FP-CLP. Consequentemente, as vacas do FG-CLG desenvolveram CL maiores (1,6 vezes) e mais pesados (1,4 vezes) o que proporcionou no D7 concentrações de P4 1,5 vezes maior em relação ao FP-CLP. Primeiramente, uma análise do transcriptoma endometrial foi realizada e indicou que processos celulares como proliferação, composição de matrix extracelular, processos metabólicos e processos de oxirredução foram afetados pelo modelo experimental. Para avaliar a condição proliferativa e/ou apoptótica endometrial análises de imunomarcação foram realizadas (Ki-67, marcador de proliferação e caspase 3 ativada, marcador de apoptose). O número de células positivas para Ki-67 no epitélio luminal foi 4,1 vezes maior no FP-CLP, porém não houve diferença na marcação da caspase 3 ativada. No epitélio glandular tanto o ki-67 (1,4 vezes) como a caspase 3 ativada (2,6) estavam aumentados no grupo FG-CLG. Em relação à síntese das poliaminas não houve diferença entre os grupos nas concentrações das poliaminas e abundância dos transcritos e proteína das enzimas de síntese. Por outro lado, foi detectada uma forte associação entre a expressão do gene SAT1 com o gene ODC1 (r2: 0,73; P<0,01) e também entre os genes AZIN1 e AMD1 (r2: 0,61; P<0,01). Quanto ao ambiente redox não houve diferença entre os tratamentos no lavado uterino mas no endométrio, no grupo FP-CLP, houve redução da atividade das enzimas Catalase (0,5 vs 0,79 U/mg proteína; P<0,01), glutationa peroxidase (2,0 vs 2,43 nmol NADPH/min/mg proteína; P<0,01), aumento da atividade da Superóxido dismutase (44,77 vs 37,76 U; P=0,04) e da peroxidação lipídica (28,5 vs 17,43 nmol/MDA/mg proteína; P<0,001), mas sem alterar as quantidades da espécies reativas. De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que o ambiente endócrino peri-ovulatório regula a proliferação endometrial mas sem alterar a via de síntese das poliaminas e modula também o ambiente redox uterino