Caracterização da microbiota uterina e análise citológica de éguas em diferentes idades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cupello, Federico dos Santos lattes
Orientador(a): Mello, Marco Roberto Bourg de lattes
Banca de defesa: Mello, Marco Roberto Bourg de lattes, Jesus, Vera Lucia Teixeira de lattes, Brasil, Alline Ferreira lattes, Sá, Marcus André Ferreira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19873
Resumo: O objetivo deste estudo foi caracterizar qualitativa e comparativamente os microrganismos encontrados no endométrio de éguas de diferentes idades. Foi coletado material intrauterino de 46 éguas saudáveis para análise citológica, cultura fúngica e bacteriana. Os animais selecionados foram alocados em três grupos etários: G1 (n = 10) - éguas nulíparas com idade entre 2 e 4 anos; G2 (n = 17) - éguas em fase reprodutiva com idade entre 5 e 10 anos; e G3 (n = 19) - éguas em fase reprodutiva com idade entre 11 e 18 anos. As éguas foram submetidas à avaliação ultrassonográfica para acompanhamento do ciclo estral e, quando apresentaram folículo com diâmetro ≥ 35 mm e edema uterino grau 3 (escala de 1 a 5), foi realizada a coleta de material intrauterino. A coleta das amostras foi realizada utilizando swab estéril e escova citológica estéril com auxílio da pinça ginecológica. O material coletado para isolamento fúngico/bacteriano foi acondicionado em meio Stuart em temperatura ambiente e encaminhado ao laboratório da UFRRJ. As lâminas foram coradas com Panótico rápido e a citologia buscou identificar a presença de neutrófilos, macrófagos e eosinófilos, em microscopia óptica com aumento de 400 a 1000X. A análise estatística foi realizada utilizando o Teste χ2 com nível de significância de 5%. Dentre os resultados encontrados, a cultura bacteriana apresentou: Bacillus spp, Enterococcus sp., Staphilococcus sp. e Streptococcus sp. Os animais do grupo G1 não possuíam diferenças significativas nas proporções de gêneros de bactérias encontradas; os animais do grupo G2 possuíam mais indivíduos com bactérias dos gêneros Staphilococcus do que os grupos G1 e G3; e os animais do grupo G3 possuíam maior incidência de bactérias do gênero Bacillus. O gênero Streptococcus não foi encontrado no grupo G3, fato que pode estar relacionado à idade dos animais e ao seu histórico de tratamentos uterinos. Bactérias do gênero Bacillus foram as mais comuns. Na cultura fúngica observou-se a presença de Candida albicans, Geotrichum sp., Rhodotorula sp. e Trichosporon sp. A colonização fúngica é mais diversificada nas éguas dos grupos G2 e G3, com prevalecimento de Candida albicans, Geotrichum sp., Rhodotorula sp. e Trichosporon sp. O grupo G1 apresentou colonização fúngica por Candida albicans e Rhodotorula sp. Na avaliação citológicas do endométrio das éguas observou-se que 90% dos animais do grupo G1 apresentaram citologia sem alteração característica. As alterações presentes em G2 e G3 podem estar associadas aos processos inflamatórios do endométrio, dado o aumento do número de células de resposta inflamatória (G2 = 58,9% e G3 = 78,9%) o que pode apresentar correlação com a idade do animal e as condições do manejo reprodutivo. Não foram observadas diferenças significativas quanto à presença de microrganismos nocivos entre G2 e G3, o que não ocorreu em comparação a G1. Esses resultados demonstraram que ocorre uma menor incidência de microrganismos nocivos no endométrio uterino de éguas jovens e nulíparas quando comparada aos outros grupos etários.