Narrativas para uma comunicação pública nas universidades: um estudo em três universidades públicas paulistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cristo, Veronica Reis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27164/tde-13052024-153929/
Resumo: Os contextos da contemporaneidade estão passando por transformações no tempo e no espaço, caracterizadas, entre outros, pela abundância informacional, pela desconfiança de parte da sociedade pelas Universidades públicas, pela desinformação e pelas fake news, pela redução de investimentos no ensino e na pesquisa e por movimentos negacionistas contra a ciência todos fenômenos que colocam em xeque as narrativas das universidades públicas. Diante de tal cenário, o objetivo desta tese foi identificar e compreender de que maneira a comunicação pública pode contribuir para a defesa da universidade pública. O arcabouço teórico que dá sustentação a esta tese foi organizado em três grandes níveis: a reflexão, em nível macro, dos contextos econômico, social, político, tecnológico, comunicacional e dos sujeitos; a análise mais circunscrita dos cenários enfrentados pelas universidades públicas e, finalmente, o exame dos desafios contemporâneos para uma comunicação pública de Estado. A metodologia escolhida foi a pesquisa qualitativa, com a adoção do método de estudo de caso e, para análise e interpretação dos dados, da Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977) e do modelo de matriz para análise ritual (NASSAR; FARIAS; RIBEIRO, 2019). Na etapa empírica, realizou-se a análise das transcrições dos depoimentos dos reitores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) durante as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) sobre a gestão das Universidades Públicas de 2019. Na etapa de exploração das 287 páginas de material, identificaram-se 401 trechos dos depoimentos para a análise e interpretação dos resultados. Constatou-se a presença de temas legitimadores de utilidade, compatibilidade e boa governança nas narrativas dos reitores de USP, UNESP e UNICAMP, bem como a predominância de narrativas essencialmente impessoais e com o objetivo de fornecer informações, prestar contas e esclarecer processos acadêmicos, administrativos e financeiros. Ficou evidente a necessidade de que comunicação pública universitária contemple, para além de estratégias de divulgação científica, uma ação mais robusta de advocacy da universidade pública, compreendida como uma causa a ser defendida junto aos órgãos públicos, a agentes internacionais, a setores da iniciativa privada e às entidades da sociedade civil, a fim de criar conscientização, influenciar políticas públicas e contribuir para mudanças de impacto social.