A Bruta Flor do Querer: amor, performance e heteronormatividade na representação das personagens lésbicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Claudiana Gois dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-27092018-121402/
Resumo: A literatura, instrumento de representação e questionamento dos comportamentos sociais, tanto pode induzir a discussão de papéis de gênero e sociais, como sugerir a adoção de ideias e condutas. A representação da afetividade de personagens lésbicas, em sua relativamente recente e modesta emergência na história da literatura, recebe o peso das delimitações femininas em face de um cânone falogocêntrico. As características comportamentais impostas às subjetividades das mulheres, de tão largamente utilizadas, são naturalizadas nos e pelos discursos da cultura ocidental, tornando-se assim uma espécie de manual de regulação da performance amorosa. Tal normatização incide inclusive na representação de casais homoafetivos, o que muitas vezes reforça estereótipos num viés hierarquizante e heteronormativo de diferenciação e valoração sexista. Assim, o objetivo do presente trabalho é, por meio da Crítica Literária Feminista e dos Estudos de Gênero, sobretudo com base nas obras de Judith Butler, Michel Foucault, Adrienne Rich e Monique Wittig, estabelecer a comparação entre as personagens das obras O Corpo, de Clarice Lispector (1974), Eu sou uma Lésbica, de Cassandra Rios (1982) e Azul é a Cor mais Quente, de Julie Maroh (2013), para analisar a representação da afetividade lésbica e a incidência da heteronormatividade nestas personagens em ascensão na literatura das últimas décadas do século XX e início do século XXI. Para isso se faz necessário considerar as diferenças entre os três gêneros literários do corpus (conto, romance e novela gráfica) e seus respectivos suportes que apontam para uma popularização deste tipo de protagonismo, bem como sua recepção pela crítica e pelo público.