Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Andrade, Pamela Viani de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17135/tde-17072024-094744/
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Resumo: |
O adenocarcinoma ductal pancreático (ADP) representa uma das formas mais letais de câncer com uma sobrevida global de 5 anos de apenas 8%. A gemcitabina é o quimioterápico mais utilizado no tratamento do ADP, contudo, mesmo apresentando melhor resposta terapêutica em relação a outros fármacos, as células de ADP exibem uma resistência que dificulta a eficiência ao tratamento. A mutação do proto-oncogene KRAS é a mais frequente e é responsável por desencadear o processo de progressão tumoral por meio da ativação de importantes vias de sinalização, como as vias canônicas de transdução de sinais composta por proteínas quinases ativadas por mitógenos (MAPKs). Diversos estudos já demonstraram que a proteína KRASG12D está associada à regulação de vias metabólicas importantes, como a glicólise, que através da reprogramação metabólica resulta no estabelecimento e manutenção da biologia tumoral. Alguns estudos evidenciaram que no ADP a reprogramação metabólica induzida por KRAS mutada, parece ser mediada pela atividade de ERKs e JNKs, moléculas efetoras das vias MAPKs. Para controlar a atividade dessas complexas redes de interação, as vias MAPKs são reguladas por mecanismos de feedback negativo controlados por proteínas fosfatases, sendo uma das principais classes representada pelas fosfatases de dupla especificidade (DUSPs), que são responsáveis por desativar MAP quinases como ERK e JNK, por exemplo e seu papel nas células de ADP permancece por ser elucidado. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo analisar os efeitos antineoplásicos de um inibidor de DUSP1 e DUSP6, o BCI, em duas linhagens de ADP (MIA PaCa-2 e PANC-1) e seu possível efeito na modulação do metabolismo enérgico no ADP. Foi realizado inicialmente um teste fenotípico utilizando a técnica de edição gênica por CRISPR/Cas9 para knockout de diversos genes da família DUSP, para medição da reprogramação do metabolismo energético por meio do ensaio de consumo de glicose. Após o knockout, as fosfatases que apresentaram diferença significativa em relação ao controle foram as DUSP1 e DUSP6 na linhagem MIA PaCa-2. A inibição de DUSP1 e DUSP6 em linhagens celulares de ADP por um inibidor, o BCI, reduziu a capacidade proliferativa das células, aumentou as taxas de morte por apoptose, diminuiu a capacidade das células de formarem colônias e diminui a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS). Associado a perda da viabilidade celular, foi observado um aumento na captação de glicose após tratamento com BCI na linhagem MIA PaCa-2 e uma diminuição na captação na linhagem PANC-1, porém não foi observado produção de lactato em ambas as linhagens. Adicionalmente, o tratamento induziu uma ativação de vias MAPKs como JNK e p38 em ambas as linhagens e uma ativação da via ERK na linhagem PANC-1 por um breve período de tempo. Além disso, quando combinado com o quimioterápico gemcitabina, BCI agiu de modo sinérgico diminuindo a viabilidade celular das linhagens e aumentando as taxas de morte por apoptose na linhagem MIA PaCa-2. Todos esses dados sugerem que o BCI é um potencial agente a terapia adjuvante no tratamento e pode realmente ser considerado um importante agente terapêutico antineoplásico para potencializar a sensibilidade à gemcitabina com consequente modulação no metabolismo energético do ADP. |