Fosfatase de dupla especificidade 1 regula a fosforilação de YAP1 em células de adenocarcinoma ductal pancreático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Gomes, Ilze Mari Olivi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17135/tde-08022021-142008/
Resumo: O adenocarcinoma ductal pancreático (ADP) é um tumor agressivo que representa 85% dos casos de câncer na região exócrina do pâncreas. A sobrevida livre de eventos em 5 anos é de aproximadamente 8%, sendo uma consequência do diagnóstico tardio causado pela ausência de sintomas específicos durante o desenvolvimento do ADP. A progressão tumoral do ADP é iniciada pela mutação do oncogene KRAS que resulta na proliferação celular desregulada e inibição da apoptose, entre outros processos tumorigênicos. Tais processos são mediados pela ativação de proteínas quinases ativadas por mitógenos (MAPKs), que são reguladas por fosforilação e participam do controle de inúmeras vias de transdução de sinais. Nesse contexto, as proteínas fosfatases de dupla especificidade (DUSPs) atuam no controle dessas vias por feedback negativo das MAPKs, por meio da desfosforilação de resíduos de tirosina e treonina/serina. Essas fosfatases são descritas no ADP tanto com função oncogênica quanto com função supressora de tumor, dependendo do contexto. Além das vias MAPKs, a via de sinalização Hippo desempenha papel essencial na iniciação, progressão e recorrência do ADP e também é controlada por fosforilação. A proteína YAP1 é a molécula efetora dessa via e sua atividade depende da presença ou ausência de moléculas de fosfato em resíduos de serina. Em vista do exposto, o presente estudo teve como objetivo investigar interação entre DUSPs e a via de sinalização Hippo em linhagem celular de ADP. Avanálise in silico de enriquecimento funcional (GSEA) primeiramente apontou a DUSP6 como potencial reguladora da via Hippo. A inibição farmacológica de DUSP6 com o composto BCI ocasionou o aumento nos níveis de P-YAP1 na linhagem MIA PaCa-2, mas não afetou significativamente os níveis de P-YAP1 na linhagem PANC-1. No entanto, a indução da expressão de DUSP6 não reduziu os níveis de P-YAP1 na linhagem MIA PaCa-2. Dado que o composto BCI é também um inibidor de DUSP1, foi realizado um knockout gênico específico de DUSP1 por CRISPR/Cas9 na linhagem MIA PaCa-2, no qual foi observado um aumento dos níveis de fosforilação de YAP1. A análise de Docking in silico demonstrou que a interação entre DUSP1 e YAP1 é viável e forma um complexo estável pelo resíduo de serina127 da molécula efetora da via Hippo. A análise de expressão gênica revelou uma redução na expressão do gene alvo de YAP1, o CTGF, na linhagem MIA PaCa-2 com knockout de DUSP1. Em suma, os dados obtidos nesse estudo apontam, pela primeira vez na literatura, para a interação entre DUSP1 e YAP1 em ADP. Esse resultado contribui com uma melhor compreensão dos processos de iniciação, progressão, resistência e recorrência do ADP, visto que YAP1 e DUSP1 são agentes essenciais desses fenótipos.