Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Renata Lúcia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-13022017-135649/
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Resumo: |
O objetivo desta tese é descrever a temporalização em língua de sinais brasileira (libras), no âmbito da teoria semiótica de linha francesa. Para tanto, a proposta é analisar seis textos narrativos sinalizados por surdos ou intérpretes fluentes na língua. Os estudos sobre as línguas de sinais, como os de Liddell (2003), de Finau (2004), de Johnston & Schembri (2007), de Sinte (2013), têm apontado que as línguas sinalizadas contam com os mecanismos gerais de enunciação; que não há marcas morfológicas de flexãode tempoem seus verbos, e que há outros elementosgramaticais e discursivos envolvidos na construção das relações temporais no interior de seus textos, como gestos manuais (os itens lexicaisdicionarizadosque têm função de advérbio, como HOJE, ONTEM, AMANHÃ, etc.), e como outros gestosnão manuais,como movimentos do tronco, localização das mãos e direção do olhar do sinalizador. Esta tese vai tratar de mostrar a especificidade da organização do tempo no plano do conteúdo dos textos em libras. O estudo parte das pesquisas mencionadas e toma como base para a análise o trabalho realizado por Fiorin (2002) no português, para apresentar uma descrição dos mecanismos de instauração e organização do sistema temporal de cada um dos textos selecionados, mostrando como foram marcados o MR (momento de referência) e os diferentes momentos que compõem essas histórias. A proposta foi levantar todas as formas como a libras expressa o presente, o passado e o futuro em seus discursos, descrevendo, assim, o que Greimas & Courtés (2012) denominam como sendo a localização temporal em um texto e os efeitos de sentido da instauração do tempo. Os dados analisados foram transcritos no software ELAN (EUDICO Language Annotator), seguindo a proposta de McCleary, Viotti & Leite (2010). As análises feitas mostram que, em alguns textos do corpus, a marcação do tempo é feita por itens lexicais de tempo dicionarizados, por meio de debreagens enunciativas e enuncivas, e, em outros casos, quando não há uma marca temporal específica, a língua conta com outro mecanismo discursivo, uma embreagem heterocategórica, que permite que, por meio de uma neutralização das categorias da enunciação (pessoa, espaço, tempo), o tempo seja construído espacialmente e entendido a partir de elementos que tipicamente instauram pessoa e criam diferentes espaços nos textos. |