Mulheres dependentes de álcool: levantamento transgeracional do genograma familiar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Guimarães, Ana Beatriz Pedriali
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-07122009-191804/
Resumo: INTRODUÇÃO: o ambiente familiar tem sido amplamente relacionado ao uso de álcool na literatura. No entanto, poucos estudos abordam esta questão especificamente para famílias de mulheres alcoolistas. Neste trabalho procurou-se comparar aspectos do funcionamento familiar ao longo de três gerações: geração atual (companheiros e filhos), geração dos pais e irmãos e geração dos avós paternos e maternos de mulheres dependentes e não dependentes de álcool, a partir de seus próprios relatos. MÉTODOS: foram estudadas 30 mulheres alcoolistas que frequentavam o Programa de Atenção à Mulher Dependente Química (PROMUD) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e 32 mulheres não alcoolistas que frequentavam o ambulatório de ginecologia geral do Departamento de Tocoginecologia do Hospital das Clínicas de Curitiba. Como instrumentos foram utilizados a construção do genograma familiar e a Family Environment Scale (FES). RESULTADOS: com relação aos dados sociodemográficos, as alcoolistas eram mais velhas, possuíam maior grau de escolaridade, um número menor de mulheres tinha companheiros e elas tinham menos filhos em comparação às mulheres do grupo controle. Observaram-se várias diferenças com relação à estrutura familiar sempre demonstrando que as famílias das alcoolistas são mais disfuncionais. Com relação às alianças, as alcoolistas possuíam alianças disfuncionais em vários pares de familiares: conflito com a mãe, companheiro e avô paterno, superenvolvimento com o pai e foi verificada a presença de conflito conjugal em todas as gerações. As famílias das alcoolistas se configuraram como superenvolvidas, com presença de triangulação, abuso físico, psicológico e/ou sexual e divórcio. O uso abusivo de álcool foi encontrado também nas mães e companheiros destas mulheres. As mães possuíam ainda o poder de decisão nestas famílias. Ao relacionar o momento de início do uso abusivo com as fases do ciclo de vida familiar, percebeu-se que as mulheres iniciaram o abuso de álcool com seus companheiros e quando os filhos eram pequenos ou adolescentes. Os resultados da FES mostraram diferença nas subescalas coesão, expressividade, conflito, organização e religião entre os grupos, sempre mostrando maior disfunção nas famílias das alcoolistas. CONCLUSÕES: estes achados reforçam a hipótese de que as famílias das mulheres alcoolistas são mais disfuncionais em vários aspectos e que muitos destes padrões disfuncionais são transmitidos ao longo das gerações.