Agudezas e medievalismos na poesia de João Cabral de Melo Neto: estudos para O cão sem plumas e O rio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Monteiro, Fernando Augusto Sousa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Wit
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-13052019-114531/
Resumo: O objetivo desta dissertação de mestrado é realizar um estudo sobre a presença, na poesia de João Cabral de Melo Neto, de artifícios compositivos associados às práticas poéticas antigas: em um primeiro momento, a doutrina da agudeza, a partir da experiência de alguns poetas seiscentistas espanhóis; já em um segundo momento, a poesia medieval castelhana, por meio da leitura do Cantar del Mio Cid , das obras de Gonzalo de Berceo e das Coplas sobre la muerte de su padre , de Jorge Manrique. Como se explicaria o uso de procedimentos técnicos antigos por um poeta moderno, considerado materialista e nominalista? A fim de buscar respostas para tal questionamento, pretende-se, de maneira mais específica, analisar os efeitos e as problematizações que tais recursos poéticos trariam para a lírica de João Cabral em um momento fundamental de sua construção poética: a publicação de O Cão sem Plumas (1950) e O Rio (1953). Por exemplo, os recursos retórico-poéticos próprios do século XVII incluem-se num sistema autor-obra-público que não é moderno e pressupõem regras estabelecidas para cortesãos numa sociedade de corte. A fundamentação desses recursos é substancialista, metafísica e escolástica. Logo, resta um questionamento: quais significações o uso de procedimentos técnicos antigos traria para a construção e para a recepção dessa poesia em pleno século XX?